A ação inserida na XII Semana Estadual de Prevenção às Drogas, de 19 a 26 de junho, conduziu voluntariamente a Delegacia do Coxipó, antigo Cisc Sul, 16 usuários de drogas, alguns abordados em pontos considerados “cracolândia” e outros levados voluntariamente junto com a família, da própria casa. Durante a ação, cerca de 30 usuários foram abordados, mas poucos de candidataram a receber o atendimento.
Na Delegacia foram recebidos por policiais, cadastrados e passaram por higienização, alimentados e depois foram atendimentos por um médico do Programa Saúde da Família, enfermeiros, psicólogo e assistentes sociais. A eles equipes da Secretária de Saúde do município, disponibilizaram vacina, teste rápidos de glicemia e HIV, aferição de pressão arterial e ainda a confecção do cartão do SUS.
O Serviço Social da Indústria (Sesi) também prestou atendimento com a unidade móvel da Saúde Bucal. O delegado Wilson Leite, coordenador da operação, destacou a parceria com as entidades e órgãos públicos na ação solidária. “Estamos trabalhando em duas frentes, a primeira é a prevenção e depois entramos com a repressão. Acreditamos que a prevenção é a forma mais de fácil de tratar o usuário e família. Mas sem essa parceria não seria possível”, disse.
Em pontos de uso de drogas, próximo a Rodoviária de Cuiabá, Beco do Candeeiro e Morro da Luz, mais de 20 usuários de drogas foram abordados pela equipe da delegada Alana Cardoso, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE). “É um trabalho muito difícil. As pessoas não querem se tratar, por mais que a abordagem seja pacífica”, disse a delegada.
Dona Maria Marilene Santos Silva, mãe de 6 filhos, sendo três usuários de drogas, foi uma das família que aceitou internar seu filho de 24 anos, que ainda não havia passado por tratamento para se livrar do vício de mais de 2 anos de uso de drogas. “É muito difícil ver seu filho envolvido com as drogas. A família fica arrasada porque a gente não tem dinheiro para tratar”, revelou.
Preso por duas vezes, C.S.S, 24, pai de duas crianças, uma de 2 anos e outra de 2 meses, o filho de dona Marilene contou que espera se libertar das drogas para ver os filhos crescerem. Ele disse que já passou por muitos momentos difíceis e não quer mais ver sua família sofrendo. “Já fui preso e não quero mais passar por isso”, disse.
O médico Ronald Anjos, do Programa Saúde da Família, da comunidade Rio dos Peixes, na zona rural de Cuiabá, disse que os dependentes químicos encaminhados à equipe seria avaliados para identificar possíveis comodidades ou problemas relacionados ao uso de drogas. O médico disse que a tuberculose é o principal deles. “A partir do atendimento, se tiver alguma comodidade a gente vai investigar outros problemas. Se não tiver nada será encaminhado para tratamento da dependência”, explicou.
Secretário adjunto de Justiça, Nestor Fidelis, disse que o Estado tem diárias contratada para tratamento de dependentes químicos. Segundo ele, a ação é uma “promoção do ser humano, uma atividade de aproximação de pessoas que se encontram na rua, em situação de uso de drogas para oferecer condições, se ela quiser, de passar por uma recuperação e voltar à vida social, sem ser um peso para si mesmo e nem para sociedade, com condições de se manter e de sempre continuar o tratamento”, destacou.
Fonte: Assessoria