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Secopa envergonha engenheiros

Apesar da tentativa da Secopa de tentar minimizar o problema, os especialistas vão denunciar o erro grosseiro no Ministério Público e entrar com uma ação conjunta de improbidade administrativa e de responsabilidade social contra o os gestores públicos e os responsáveis pelas obras.

De acordo com o professor doutor de engenharia da UFMT Luiz Miguel de Miranda, a falha apresentada na obra é extremamente grosseira e vergonhosa para os engenheiros de todo o Estado. “Esta notícia com certeza vai correr o mundo e vamos ficar conhecidos como incompetentes. Imagina você fazer um viaduto e ter que desmanchar. Isso é um absurdo. E agora os responsáveis pelas obras querem dizer que nada será mudado nem atrasado. Como eles podem nos garantir isso se nem sequer fizeram o trabalho direito?”, questiona.
Além do problema já apresentado, Miranda afirma que a falta do projeto nos parâmetros aceitáveis para a engenharia nacional – um dos principais pontos que demonstrariam a displicência das obras –, ainda deve trazer muitos problemas em todas as obras realizadas para a implantação do VLT, podendo até chegar a danos irreversíveis.

De acordo com o especialista, um projeto nestes parâmetros não fica pronto em menos de três anos, já que para sua concepção seriam necessários diversos estudos como análise de solo, topografia, materiais utilizados, desenhos e adequações por conta das interferências, a distribuição de tensões, entre outros fatores mais importantes e indispensáveis para a realização de uma obra desta magnitude.

“Quando a gente faz um projeto de uma viga e de uma fundação, nós levamos muito tempo para analisar aquelas condições e, no final, a gente tem que ter um ambiente de muita atenção, porque você tem que estar o tempo todo calculando as tensões, as quantidades de ferro, as cotas – que são milimétricas –, então errar 40 cm é um absurdo”. Ainda na opinião do engenheiro, uma falha de cerca de 2 cm de desnível já seria o suficiente para descarrilar o trem.

Para a recuperação do trecho, o Consórcio garante que vai demolir parte do pilar que apresenta a falha e reconstruí-lo no tamanho adequado. A solução apresentada pode ser ainda mais perigosa, uma vez que é necessário ter atenção às fundações do pilar para, só então, ter certeza de que está preparado para receber uma carga maior de peso (levando-se em consideração que cada metro cúbico de concreto equivale a 2,4 toneladas).
“É claro que as obras serão atrasadas. Todos os procedimentos levam tempo. Outro fator é saber se o aumento dos pilares é adequado à estrutura que já está pronta”, pondera.

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Por Mayla Miranda

Foto: Pedro Alves

Redação

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