A explicação para o desperdício, descoberto na última semana, é a de que o Estado teria comprado alguns medicamentos em quantidade acima do necessário.
A situação, segundo a OSS, teria sido agravada pela “impossibilidade, ou falha, em fazer permutas ou doações daqueles produtos com risco de vencimento, uma vez que a aquisição, o gerenciamento de permutas e trocas dos medicamentos não estão sob a gestão e responsabilidade do Ipas”. A entidade recebe, para gerenciar os pacientes da Farmácia de Alto Custo, R$ 7 milhões por ano.
Paralelo a isto, servidores e sindicalistas acusam a SES de ter promovido o sucateamento do setor responsável pelas aquisições. A atribuição para a compra dos medicamentos foi incorporada à pasta em 2011 e, na época, contava com 18 servidores.
Em abril deste ano, pelo menos 6 foram exonerados, entre eles o coordenador de assistência farmacêutica responsável pela gestão da farmácia, Edson Henrique Bérgamo.
Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente de Mato Grosso (Sisma/MT), Alzita Ormond esclareceque o coordenador era servidor de cargo comissionado. “Nos causa estranhezao Ipas dizer que a culpa é afalta de planejamento da SES, porque é ele quem gerencia a lista de pacientes”.
A sindicalista diz que desde abril, após as exonerações, o sindicato cobra da SES o número de servidores cedidos às OSSs.
No caso da aquisição de medicamentos,os 11 servidores eram divididos em 4 equipes, algumas praticamente extintas com as demissões.
Nesta terça-feira (28), opromotor de Justiça Alexandre de Matos Guedes vai ouvir os representantes do Ipas, intimados após a descoberta dos remédios. A direção da Coordenadoria de Assistência Farmacêutica (CAF), da SES, presta depoimento na quarta (29).
Outro Lado – Por meio da assessoria, a SES informa que as responsabilidades sobre o episódio serão apuradas pela Auditoria Geral do Estado (AGE).