Plantão Policial

Investigações de violência contra criança cresce na Grande Cuiabá

 
A Delegacia abriu 230 inquéritos  policiais, 115 termos circunstanciados de ocorrências e cumpriu seis mandados de prisão. No mesmo período do ano de 2012, foram instaurados 200 inquéritos policiais e 72 termos circunstanciados de ocorrências.
 
Em Várzea Grande, a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, da Criança e do Idoso, investiga cerca de 120 denúncias de violência sexual e maus tratos. Vinte e oito casos já viram inquéritos policiais e outros 50 são averiguados para instauração de procedimento policial.
 
Na semana em que vários órgãos e entidades se mobilizam para discutir a violência contra criança e adolescente, com ações voltadas ao 18 de Maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração, Instituído pela Lei Federal 9970/00, dois casos chamaram atenção. Um ocorrido em Várzea Grande e outro em Cuiabá.
 
 Na Capital, a Deddica cumpriu, na última quarta-feira (15.05), mandado de prisão preventiva contra Juscelino Dutra Olímpio, 47 anos, acusado de estuprar a neta de 8 anos. O suspeito foi preso no bairro Pedra 90, após decretação da ordem pela Primeira Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher.
 
De acordo com as investigações da Deddica, a criança contou em detalhes à equipe multidisciplinar  como o avô praticava atos libinosos com ela. A menina relatou que em dezembro de 2012, um domingo antes do Natal, mãe e avó saíram para ir à igreja,  deixando-a na companhia o avô, que ao ficar sozinha com a criança, tirou roupa e despiu a menina. Em seguida, começou acaricia-la nas partes intimas. Depois disse a netinha que não contasse nada a ninguém da família.
 
Segundo a mãe, a filha passou a ter comportamento estranho, até que conseguiu contar o abuso sexual praticado pelo avô. Em janeiro, a mãe procurou a Delegacia para denunciar o pai pelo abuso da filha, e neta dele. A criança e a mãe passaram a morar na casa de outro irmão, longe do abusador.
 
De acordo com a delegada Alexandra Fachone, o inquérito policial foi finalizado nesta  semana e encaminhado à Justiça.
 
Em Várzea Grande, o caso de uma madrasta que agrediu duas crianças com menos de três anos chocou toda a equipe policial e população. A mulher foi presa por mandado de prisão preventiva, cumprido na quinta-feira (16). Ela é acusada de agredir um menino de 2 anos e 8 meses, que teve traumatismo craniano e permanece internado há 30 dias, em uma unidade de tratamento intensivo, de um hospital particular. O irmão dele de 1 ano e 3 meses também sofreu agressões e teve o braço quebrado pela mulher.
 
Investigações iniciada pela Delegacia da Mulher para apurar a queda da criança no banheiro, descobriram que o menino foi agredido pela madrasta, Viviane Regina Marafon, 26 anos, no dia 16 de abril passado. Segundo a delegada Daniela Maidel, a suspeita foi interrogada em três momentos e nos três interrogatórios apresentou versões diferentes. “Fomos juntando todas essas contradições até que ela confessou que deu um soco no rosto da criança”, disse a delegada.
 
 Para as delegadas da Deddica, Luciani Barros e Alexandra Fachone, as  investigações de violência contra crianças e adolescentes são munidas de cuidados e por isso acabam também sendo mais demoradas, devido à necessidade do estudo psicossocial da equipe multidisciplinar, laudos periciais e depoimentos de testemunhas, para que não haja dúvidas da prática do crime e o Ministério Público possa oferecer a denúncia com toda a convicção da autoria. “Quando se trata de criança, o inquérito é mais complexo, precisa de muitos documentos”, declara a delegada Alexandra Fachone.
 
De acordo com a delegada Alexandra Fachone, a violência sexual sempre vem acompanhada de ameaças e lesão corporal, com maior intimidação da vítima que acaba sofrendo calada. “O abuso não acontece de forma isolada, são condutas reiteradas que começam com toques e vai progredindo para contatos mais íntimos”, afirma.
 
 A delegada Ana Paula Farias, adjunta da Delegacia da Mulher de Várzea Grande, acrescenta que as denúncias chegam de várias formas, pelo disque 100, pelo 197, Conselho Tutelar e dos próprios familiares, principalmente as mães. “As mães são as que mais denunciam. São raros os casos de omissão. Há o choque da descoberta, mas logo procuram a delegacia”, destaca.
 
 O crime mais denúncia, segundo Ana Paula, é o estupro de vulnerável.
 
Todas as vítimas de violência que chegam à Deddica recebem o acolhimento da equipe multidisciplinar da Deddica. Em Várzea Grande, as crianças contam com o atendimento de uma psicóloga.
 
Os profissionais são responsáveis por ajudar os policiais no esclarecimento da agressão sofrida. A equipe, após o atendimento sem traumas, faz o encaminhamento da vítima para o Hospital Universitário Júlio Muller, quando preciso, e unidades que possam dar continuidade ao atendimento realizado na Delegacia, tanto para a vítima quanto para família. Quando a criança está fora daescola o encaminhamento também é realizado. 
 
Por: Luciene Oliveira – Assessoria/PJC-MT
 
Foto: Ilustrativa

 

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