A prima de Cátia Dalapria, mulher do empresário, também foi detida por supostamente ter intermediado as negociações junto aos autores do crime, sendo que um dos suspeitos da execução também foi preso nesta quarta-feira e o outro já tinha sido detido em abril deste ano.
Em depoimento à polícia, a mulher do empresário confessou o crime e alegou que tomou a decisão porque não suportava mais as agressões e ameaças por parte do marido. Além disso, contou que o marido abusava sexualmente da filha dela, de 12 anos, e ainda havia agredido a menina. "A adolescente confirmou os abusos sofridos na delegacia", disse o delegado, ao afirmar que as alegações eram de que a vítima também teria agredido o sogro e atirado em uma cadela dele.
Conforme o delegado, a mulher já tinha registrado queixa na polícia por conta das agressões e, inclusive, o marido já tinha sido preso, mas havia sido solto. "Uma das alegações dela é de que mandou matar o marido também porque não permaneceu preso", disse Damasceno. No entanto, ela negou a participação da prima e do pai no crime, que teria sido encomendado por R$ 2 mil.
No entanto, o delegado concluiu que o pai e a prima também participaram do crime.
Durante as investigações e após a prisão do principal suspeito de executar o empresário, a polícia suspeitou do envolvimento da ex-mulher desse rapaz e ao fazer buscas encontrou no celular dela uma gravação do acusado confessando que havia matado a vítima com a ajuda de um colega. "Ele disse na gravação que o colega efetuou os disparos e, como a vítima ainda estava viva, deu golpes de faca até que morresse", contou o delegado.
Essa gravação foi feita como 'arma' pela ex-mulher do acusado. "Ela estava sendo ameaçada de morte pelo acusado e, como estava com medo, gravou isso como uma garantia para ela. Era uma arma que tinha contra ele. Daí pedimos a prisão dele. Ness gravação ele fala que recebeu R$ 2 mil pelo crime", pontuou Thiago Damasceno. Esse mesmo rapaz de 21 anos que havia sido preso já tinha se relacionado com a prima de Cátia que é acusada de envolvimento na morte do empresário. A jovem teria recomendado à mulher do empresário o nome do ex-marido como sendo capaz de cometer o assassinato.
Durante depoimento, o pai de Cátia se contradisse. Alegou que soube da suspeita de envolvimento da filha no crime pela imprensa, mas depois contou que estava sendo ameaçado por um dos autores da execução. O responsável pela execução teria descoberto que a polícia estava o investigando e começou a pressionar a família para que não o apontasse como responsável.
Os dois homens foram encaminhados para o Centro de Ressocialização de Sorriso, enquanto as mulheres devem ser conduzidas ao presídio de Sinop, a 503 km da capital.
Crime – O empresário, que era proprietário de uma loja de motos, foi morto na residência onde morava com a família, no bairro Kayabi, em Sorriso, no dia 24 de novembro do ano passado, com pelo menos quatro tiros. A mulher dele contou à polícia que avisou o autor do crime que o marido estava sozinho em casa naquele momento.