Ele já é considerado foragido. O crime aconteceu na Estrada Raul Veiga, em Alcântara, São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Eliwellton chegou a ficar internado no Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, mas morreu nesta quinta. O jovem, que era homossexual, teve a coluna quebrada em três lugares, fraturou três costelas, quebrou a bacia e teve o pulmão perfurado.
Hélio costumava ficar num ponto na Estrada Raul Veiga. Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, o homem tem um comportamento violento e já teria se envolvido em outras brigas. O acusado responde por homicídio qualificado, por motivo torpe. A pena varia entre 16 e 30 anos.
Amigo de Eliwelton que testemunhou o crime, o cabeleireiro Bruno Sales, de 26 anos, está satisfeito com o avanço da investigação. Mas continua com medo. Desde o dia do atropelamento, está na casa de uma amiga. Ele também não trabalhou na última semana, mas voltou ao salão neste sábado. Para sair de casa, no entanto, ele pretende mudar a aparência.
— Também não passo mais por Alcântara, onde ficam as vans. O suspeito está foragido, mas tem amigos. Nunca tinha sofrido uma agressão dessas. No máximo xingamentos. Mas sempre procurei não responder para evitar confusão — disse Bruno.
A polícia conseguiu, através de câmeras de vídeo da vizinhança, ver o momento em que Eliwellton foi atingido. A placa da van foi identificada parcialmente — apenas os números estão visíveis na filmagem. Apesar de amigos garantirem que o crime foi homofóbico, o caso foi registrado na 74ª DP (Alcântara), que investiga o caso, como homicídio doloso. Pouco antes de ser atropelado, Eliwellton foi xingado por ser gay durante uma briga com o assassino.
O cabeleireiro amigo da vítima espera um contato do coordenador do Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento, para organizar um novo protesto contra o assassinato de Eliwellton. Após o sepultamento nesta sexta-feira, um grupo de amigos do jovem, todos do mesmo terreiro de umbanda que Eliwellton frequentava havia sete anos, fizeram protestos na Estrada do Pacheco. Eles queimaram galhos de árvores e chegaram a interromper o trânsito pedindo justiça. A mãe do jovem, que trabalhava com ele, também como faxineira, na academia de Botafogo, foi embora amparada por parentes.
O coordenador do Rio sem Homofobia já esteve na delegacia para acompanhar o caso. Cláudio Nascimento pede que qualquer homossexual agredido em São Gonçalo pelo mesmo motorista entre em contato pelo Disque-Cidadania LGBT (0800-0234567).
Fonte: O Globo