Segundo dois amigos que estavam com Eliwellton, depois da briga o homem passou com o veículo três vezes em cima da vítima e fugiu em seguida. O rapaz chegou a ser levado para o Hospital Geral Alberto Torres, no Colubandê, também em São Gonçalo, mas não resistiu aos ferimentos. Ele teve a coluna quebrada em três lugares, fraturou três costelas, quebrou a bacia e teve o pulmão perfurado.
O atropelamento foi na madrugada de segunda-feira. Por volta das 2h30m, Eliwellton e os amigos passavam pela Estrada Raul Veiga, em Alcântara, quando teria sido xingado de “viado” pelo motorista.
— Eles começaram a discutir e partiram para a briga. Conseguimos apartar. O motorista, que parecia estar bêbado, foi até a van, pegou uma barra de ferro e ia partir para cima da gente. Decidimos ir embora — contou um dos amigos que acompanhavam Eliwellton, um cabeleireiro de 26 anos.
Segundo ele, os três andaram mais um quarteirão e pararam para conversar:
— Vi a van manobrar e logo depois ela veio correndo muito. Pegou o Eliwellton em cima da calçada. Ele passou por cima dele uma vez, deu ré por cima dele e depois passou de novo. Foi um horror.
O depoimento do cabeleireiro está marcado para esta sexta-feira. O corpo de Eliwellton foi sepultado na tarde desta sexta-feira no Cemitério de Pacheco, em São Gonçalo. Revoltados com o crime, amigos dele fizeram um protesto em frente ao cemitério. Eles atearam fogo em pedaços de árvores e depois caminharam até o ponto onde o rapaz foi atropelado. O grupo interrompeu o trânsito na Rua Raul Veiga pedindo justiça. Os amigos, a maioria vestida de branco, são de um terreiro de candomblé que a vítima frequentava há sete anos.
A família do jovem disse que lutará por justiça.
— Um crime como esse não pode ficar sem punição. Esse homem foi de uma crueldade sem tamanho. Acabar com uma vida desse jeito – disse Ana Paula Miguel, prima de Eliwellton.
Fonte: O Globo