Segundo policiais, Chaudhry Zulfikar Ali foi baleado em seu carro em Islamabad depois de sair de casa para uma audiência sobre o caso, um ato que ressalta a instabilidade do Paquistão uma semana antes das eleições gerais.
Além de estar tratando do caso do assassinato de Benazir, no qual o ex-líder do país Pervez Musharraf é acusado de envolvimento, Ali também processou militantes ligados ao ataque terrorista de 2008 na cidade indiana de Mumbai, que deixou 166 mortos. A Índia disse que militantes com base no Paquistão estavam por trás do massacre.
Ali foi atingido na cabeça, no ombro e no peito pelos tiros. "Ele foi morto por atiradores desconhecidos. Doze tiros foram disparados", disse uma fonte policial. Ele, então, perdeu o controle de seu carro e atropelou uma pedestre, que acabou morrendo. O guarda de Ali devolveu os tiros e acredita-se que ele feriu pelo menos um dos homens armados. O guarda também ficou ferido no ataque.
Apesar de o Paquistão ter experimentado um aumento da violência nos últimos anos, é raro que um ataque dessa forma aconteça na capital do país, onde vivem as autoridades do mais alto escalão do governo, diplomatas e funcionários de ajuda humanitária.
O marido de Benazir Bhutto, Asif Ali Zardari, condenou o assassinato do promotor e pediu uma profunda investigação. A motivação do ataque não ficou clara, mas o envolvimento de Ali no caso de Benazir e do ataque a Mumbai pode ser um indício.
Promotores acusam Musharraf de envolvimento no assassinato de Benazir e de não fornecer segurança suficiente para a primeira premiê mulher do país. Musharraf, que estava no poder quando Benazir foi morta, negou as acusações. Na ocasião, ele responsabilizou o Taleban paquistanês.
Um relatório de uma comissão de inquérito da ONU divulgado em 2010 disse que qualquer investigação confiável não deve descartar a possibilidade de que membros das Forças Armadas e outras instituições de segurança estavissem envolvidos.
O caso de Benazir, morta com tiros seguidos de um ataque suicida a bomba realizado por um garoto de 15 anos de idade ao retornar de um comício na cidade de Rawalpindi, amargou por anos no sistema judicial do Paquistão. O caso voltou a ganhar repercussão quando Musharraf retornou ao Paquistão em março após quatro anos de exílio.
O promotor havia afirmado a jornalistas que recebeu ameaças de morte recentes em conexão com o caso mas que não diria quem estava por trás das ameaças nem o conteúdo delas.
Atualmente, Musharraf está sob prisão domiciliar nos arredores de Islamabad em decorrência de diversas acusações que pesam contra ele na Justiça, incluindo o caso de Benazir. Ele também enfrenta acusações de traição perante a Suprema Corte.
Fonte: Último Segundo