Esses dados fazem parte do “Mapa do Trabalho Escravo em Mato Grosso”, divulgado pela Procuradoria Regional do Trabalho da 23ª Região terça-feira, 30, em Cuiabá.
O estudo faz parte do projeto pioneiro no Estado – Ação Integrada – uma parceria entre o Ministério Público do Trabalho (MPT/MT), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Uniselva e Centro de Pastoral para Migrantes (CPM/MT), que tem como objetivo a proposta de reintegrar o trabalhador a sua vida social, proporcionando elevação educacional e qualificação profissional.
Segundo o superintendente da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Mato Grosso (SRTE-MT), Valdiney Arruda, de 2009 a 2012, o programa qualificou 434 trabalhadores egressos do trabalho escravo ou em situação de vulnerabilidade social em cursos como pedreiro, eletricista e corte e costura, em parceria com empresas público-privadas. Nesse período, 633 foram resgatados.
Ele explica que a partir do ano de 2003, os trabalhadores começaram a ser cadastrados e inseridos em um banco de dados, o que possibilitou a reinserção dessas pessoas no meio social e profissional. Eles passaram a receber também o benefício de um seguro desemprego do resgatado, no valor de um salário mínimo durante 3 meses.
O secretário de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Felipe Brandão de Melo, disse que o projeto é um exemplo a ser seguido em outros estados. “O trabalho em Mato Grosso é uma referência a ser seguido em outros estados, já que notamos que há a reincidência de casos em que trabalhadores resgatados voltam para a mesma atividade por não conseguir trabalho, porque não tem estudo e qualificação”, contou.
Para Alexandre Lyra, chefe da divisão de fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, as ações em Mato Grosso vem ajudando o estado a cair no ranking dos com maiores incidências de trabalho escravo do país. “Mato Grosso não está entre os 10 estados, e o quadro vem caindo ano a ano”.
Trabalho Infantil – Em 2011, 269 crianças foram afastadas do trabalho escravo, em 175 ações do Ministério do Trabalho. No ano seguinte, 256 ações culminaram no afastamento de 63 crianças de situação degradante e neste ano, 47 crianças e adolescentes já foram afastadas, em 74 ações.
Fonte: Agência da Notícia