O protesto ocorre em memória ao massacre de Eldorado dos Carajás (PA), ocorrido em 1996.
Segundo a Polícia Militar e o MST, há 500 manifestantes participando do protesto.
Os sem-terra estão acampados no Setor de Indústria e Abastecimento e caminharam até a a sede do STF (Supremo Tribunal Federal) para homenagear os 21 trabalhadores rurais sem-terra mortos no massacre há 17 anos.
Os manifestantes também pedem agilidade no processo de reforma agrária. Segundo o MST, há 150 mil famílias acampadas e 69 mil grandes propriedades improdutivas.
Após deixar o STF, os sem-terra se dirigiram ao Ministério da Justiça, onde pedirão uma audiência para tratar da impunidade no campo e dos processos judiciais que, segundo eles, impedem a aquisição de 193 áreas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Nesta quarta-feira (17), a Comissão de Direitos Humanos do Senado também realiza audiência sobre os conflitos agrários e a impunidade no campo. Segundo o MST, serão doadas, na Rodoviária do Plano Piloto, duas toneladas de alimentos cultivados sem agrotóxicos para a população. Os produtos, entre eles mandioca, batata doce, quiabo, feijão de corda, abóbora e abobrinha verde são de assentamentos e acampamentos do Distrito Federal e entorno.
PARANÁ
Integrantes do MST também bloquearam 20 rodovias estaduais e federais no Paraná nesta quarta-feira (17), em memória ao massacre de Eldorado dos Carajás (PA), ocorrido em 1996.
As estradas ficaram fechadas por 21 minutos, entre as 9h e as 9h21 -número alusivo às 21 mortes ocorridas no confronto entre os sem-terra e policiais militares, há 17 anos (o MST inclui na lista dois óbitos que ocorreram nos dias seguintes ao conflito).
Os sem-terra também fizeram um protesto em frente ao Tribunal de Justiça do Estado, em Curitiba, para onde levaram 21 cruzes com os nomes dos colegas mortos no massacre.
RIO GRANDE DO SUL
Em Porto Alegre, integrantes do MST protestam nesta quarta-feira (17) dentro do prédio da Secretaria Estadual da Educação. Segundo o movimento, 1.500 pessoas participam da ação. Eles pedem investimentos em escolas públicas nos assentamentos.
Desde ontem, centenas de sem-terra estão acampados nos pátios de dois prédios federais da capital gaúcha, em mobilização que também lembra o massacre em Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996. Nos edifícios, funcionam as administrações regionais dos ministérios da Fazenda e da Agricultura e órgãos como a Receita Federal e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Ontem, a Justiça Federal negou um pedido da União para determinar a desocupação da regional da Fazenda. O Incra anunciou que está sem expediente nesta quarta-feira em Porto Alegre porque a entrada do escritório está bloqueada.
Fonte: Folha de São Paulo