Internacional

Coreia do Norte pede a países que esvaziem embaixadas em Pyongyang

Entre os países notificados estão o Brasil, o Reino Unido e a Rússia, além da China, que é a principal aliada do regime.
 
O pedido é mais uma demonstração do regime de Kim Jong-un de que se prepara para uma guerra, embora não se saiba quais são as intenções do país com as movimentações militares. As ameaças acontecem a 10 dias da comemoração do aniversário de Kim Il-Sung, fundador do país e avô do atual ditador.
 
No comunicado, Pyongyang informou que só pode garantir a provisão de apoio logístico para a retirada de diplomatas do país até a próxima quarta (10), cinco dias antes da festa nacional e a data que Seul especula que os norte-coreanos lançarão dois mísseis de longo alcance.
 
Fontes diplomáticas afirmam que o movimento pretende assegurar o cumprimento da Convenção de Viena, segundo a qual o país que hospeda embaixadas precisa zelar pela integridade delas e dos diplomatas.
 
Consultado, o Itamaraty informou que ainda não está confirmado se a missão brasileira acatará a recomendação de Pyongyang e deixará a capital. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil registra a presença de apenas seis cidadãos brasileiros na Coreia do Norte.
 
Os brasileiros são o embaixador Roberto Colin, a mulher dele, o filho do casal e um funcionário administrativo da embaixada, além da mulher e da filha do embaixador da Palestina.
 
PROVIDÊNCIAS
 
Mais cedo, o chanceler russo, Sergei Lavrov, informou que todas as embaixadas foram comunicadas, e que está tentando esclarecer a situação. "Fizemos várias perguntas que neste caso eram necessárias fazer para nossos vizinhos norte-coreanos".
 
Os russos foram os primeiros a comentar o assunto. O porta-voz da embaixada russa em Pyongyang, Denis Samsonov, disse à agência de notícias Interfax que o corpo diplomático recebeu visita de representantes norte-coreanos, que fizeram o pedido ante o agravamento da tensão na península coreana.
 
Pouco depois, a agência de notícias chinesa Xinhua diz, citando fontes não identificadas, que o pedido foi feito a todas as delegações estrangeiras com embaixadas no país. A informação ainda não foi confirmada pelo governo norte-coreano.
 
As embaixadas dos três países estão entre as 24 missões diplomáticas credenciadas pelo regime comunista. Além de Rússia, China, Reino Unido e Brasil, funcionam representações de Cuba, Suécia, Polônia, República Tcheca, Romênia, Índia, Paquistão, Síria, Egito, Vietnã e Palestina, entre outras.
 
MÍSSEIS
 
Mais cedo, a agência de notícias sul-coreana Yonhap informou que o Exército do país detectou que Pyongyang levou dois mísseis de alcance intermediário para algum ponto na costa leste do país. Os militares da Coreia do Sul dizem que a intenção dos norte-coreanos é fazer um lançamento surpresa.
 
Na quinta (4), o governo local havia afirmado que um míssil havia sido colocado na costa leste norte-coreana, mas que não se sabia se o regime comunista pretendia fazer um teste de disparo ou uma manobra militar.
 
Seul especula que esse lançamento poderia acontecer perto do aniversário de Kim Il-sung. Enquanto isso, Seul enviou dois navios de guerra ao mar Amarelo para interceptar mísseis como prevenção a um ataque.
 
Na quarta (3), os Estados Unidos anunciaram o envio de mísseis à base militar de Guam, no oceano Pacífico. A área está na mira dos mísseis de maior alcance disponíveis para os norte-coreanos, embora a Coreia do Sul descarte que os foguetes colocados na costa leste do país possam atingir a ilha americana.
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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