Cidades

Por R$ 100, tratores tiram caminhões dos atoleiros na BR 163

Essa condição, no entanto, não tem impedido a cobrança de um tipo de pedágio para quem passa nesta parte da rodovia.
 
As suas praças foram estrategicamente instaladas de um lado e do outro dos grandes atoleiros espalhados pela estrada, situação mais do que comum nesta época de chuva.
 
Moradores da região levam tratores até o lamaçal e cobram R$ 100 de cada caminheiro para que possam puxar seus veículos até o outro lado. Alguns se negam a pagar e enfiam o caminhão nas piscinas de barro. Muitos ficam pelo caminho e acabam tendo de contratar o serviço.
 
A reclamação é geral. Parte dos caminhoneiros opta por esperar que o sol amenize a situação. Ao longo da estrada, o Valor cruzou diversos atoleiros. Em dois deles, na região de Novo Progresso, a movimentação de tratores e caminhões era intensa. Assim que cruzavam o lamaçal, pagavam a tarifa.
 
Os caminhoneiros acusam os tratoristas de até dificultarem a passagem, fazendo acúmulos de barro. As confusões são diárias. Um tratorista que não quis se identificar minimizou as críticas, disse que a cobrança de R$ 100 “é mentira” e que sua tarifa é de R$ 50.
 
Não havia nos locais nenhum tipo de fiscalização ou de apoio aos caminhoneiros. Procurado pelo Valor, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que não tinha conhecimento da situação enfrentada nos atoleiros. Responsável pela rodovia, o Dnit não tem trabalhadores mobilizados na pavimentação da estrada nesta época do ano, conhecida como “inverno amazônico”. A retomada dos trabalhos só deve ter início em maio, quando acaba o período das chuvas.
 
Problemas como esse ajudam a inflacionar o alto custo do frete cobrado na região, uma situação que já ameaça a produção do milho. Nos cálculos dos ruralistas de Sorriso (MT), a compra de uma saca de milho no porto é feita por R$ 28.
 
Acontece que o frete fica com R$ 18 desse valor. Sobram, portanto, R$ 10 para o produtor por saca vendida. “É muito pouco. Isso inviabiliza o negócio do milho. Não tem produtor que aguente esse preço”, diz Laércio Pedro Lenz, presidente do sindicato rural.
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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