Ele foi absolvido, no entanto, dos crimes de porte ilegal de arma de fogo e uso de documento falso, pelos quais também havia sido denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE). A tentativa de homicídio ocorreu quando o réu tentou fugir de uma abordagem policial em Cáceres. Na época, ele estava foragido e foi recapturado.
O advogado do acusado, Waldir Caldas, disse que o cliente ficou satisfeito com o resultado do julgamento e que vai aguardar cinco dias para verificar a medida a ser tomada. "Vamos definir se vale a pena recorrer ou não. Num recurso desse a gente pode recorrer para anular o júri ou para a redução da pena. É bem engessada a probabilidade de reforma do julgamento do Tribunal do Júri", declarou.
O acusado já havia sido julgado pelo mesmo crime e condenado a mais de 12 anos de prisão. Porém, a sentença foi anulada no ano passado após o sumiço de materiais de gravação que continham depoimentos de testemunhas e um novo julgamento foi agendada para este ano. Célio Alves cumpre pena no presídio federal de Campo Grande (MS) e foi trazido a Mato Grosso para o julgamento.
A tentativa de homicídio contra um capitão da PM que foi atingido por tiros disparados pelo réu, que havia fugido da Penitenciária Central do Estado, antigo presídio do Pascoal Ramos, em Cuiabá, e estava sendo procurado pela polícia. Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), "o crime foi cometido com violência e grave ameaça contra a vítima".
"Produziu lesões na vítima, as quais somente não causaram sua morte por circunstâncias alheias a vontade do agente", diz trecho da denúncia do MPE. Além disso, ele teria apresentado documento falso "para assegurar a impunidade ou vantagem de outro crime". No entanto, o júri não o condenou por esse crime.
Célio Alves é apontado como um dos integrantes do esquema criminoso liderado pelo ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro e já foi condenado há 80 anos de prisão por vários crimes, entre eles, sequestro e assalto a bancos cometidos em diversos estados, bem como em Mato Grosso. Ele também foi condenado por assassinatos, incluindo o do empresário Domingos Sávio Brandão de Lima Júnior, morto a tiros em frente ao jornal do qual era proprietário, em 2002.
Célio foi condenado, em 2005, a 17 anos e seis meses de prisão por participar do assassinato do empresário. Inquérito do MPE concluiu que a morte de Sávio Brandão teria o envolvimento de pelo menos cinco pessoas.
Fonte: G1 MT