Esportes

Felipão inicia plano para encerrar freguesia da Seleção contra grandes

Com uma troca de treinadores no processo e resultados decepcionantes contra as grandes seleções do mundo, a geração 2014 tem no plano traçado pelo técnico Luiz Felipe Scolari a última salvação para resgatar a confiança perdida e evitar uma decepção que hoje parece mais provável do que longínqua. O primeiro teste para a mudança de rumo ocorre nesta quinta-feira, às 16h30 (de Brasília), contra a Itália, em Genebra.
 
Se em sua reestreia diante da Inglaterra Felipão manteve a base de Mano Menezes e fez poucas intervenções em relação ao estilo de trabalho do antecessor, contra os italianos as suas marcas estarão mais nítidas. Tanto no nome de jogadores como na postura desejada em campo. O plano de Felipão passa pela construção de um time mais protegido na defesa e com maior combate ao adversário.
 
Fernando foi escalado no meio-de-campo com a função de aumentar o pode de marcação no setor. Filipe Luís, mais defensivo, entrará no lugar de Marcelo como uma tentativa de solucionar os buracos no posicionamento pela esquerda. Hernanes, Hulk e Dante ganham nova chance como titulares, e Kaká começa no banco de reservas.
 
A escalação de Fernando tem como origem o observado por Felipão contra os ingleses, quando ele verificou falhas na dupla de volantes formada por Ramires e Paulinho, herança de Mano. Os dois estão contundidos, mas o treinador já tinha a ideia fixa de fazer o teste.
 
“Independente de a, b ou c, ele seria o titular absoluto neste jogo. É um jogador que quero dar essa oportunidade e acho que eles tem condições de jogar com condições de proteger bem a zaga”, disse.
 
Com o time mais “trancado”, Felipão pretende devolver a competitividade desta Seleção em jogos contra os grandes. Com Mano, o time perdeu a final olímpica, fracassou na Copa América e acumulou derrotas contra Argentina, Alemanha e França. Nunca o Brasil ficou tanto tempo sem vencer um campeão mundial.
 
“Eu tenho passado aos jogadores que é importante o resultado, porque dentro do Brasil precisamos ter um pouco mais de força, confiança, crédito. Para isso, precisamos de vitórias. Quando saímos para a Copa 2002, era o fim do mundo. Quando dermos os primeiro passo, todos vão começar a olhar diferente e eles vão ter mais confiança”, disse Felipão, fazendo um paralelo com o Mundial daquele ano. Na ocasião, o Brasil acumulou maus resultados na preparação, mas ganhou a Copa.
 
A sensação descrita por Felipão ganhou eco entre os jogadores. Hernanes, por exemplo, disse que se acostumou com uma Seleção Brasileira muito diferente da atual. “Quando assistia à Seleção, ia sabendo de quanto o Brasil ia ganhar. As outras seleções conseguiram com mentalidade anular a qualidade do Brasil. Nós precisamos igualar sem a bola e realmente ganhar um grande jogo para elevar a nossa credibilidade e moral”, analisou.
 
Oposto
 
A Itália pode ser considerada o avesso do Brasil atual: costuma se complicar em jogos contra equipes pequenas, mas quando enfrenta os grandes ou participa de competições, é osso duro de roer. Não à toa lidera seu grupo com facilidade nas Eliminatórias, foi vice-campeã da Eurocopa, mas perdeu amistosos para Costa do Marfim e Irlanda.
 
No confronto direto com o Brasil, no entanto, quem tem se apequenado é a Itália. Os europeus não ganham desde 1982, nas quartas de final da Copa do Mundo. Desde lá foram três triunfos brasileiros e dois empates. “Espero que continue assim”, disse Júlio César, presente na última vitória brasileira, na semifinal da Copa das Confederações de 2009.
 
Porém, o estágio da seleção dirigida por Cesare Prandelli é muito superior ao de Felipão. Se no Brasil houve mudança recente de comando e uma renovação forçada, na Itália mescla jogadores experientes como Pirlo, Buffon e De Rossi, que servem como uma sustentação para a nova geração estrelada por Mario Balotelli. “Mudamos, mas mantemos a experiência de Buffon, Pirlo, de Rossi e outros”, disse.
 
Por outro lado, no Brasil o segundo jogador mais novo do grupo convocado é o quarto com maior número de minutos disputados com a camisa verde e amarela. Balotelli possui hoje uma sustentação de jogadores experientes para brilhar muito mais firme do que Neymar na Seleção.
 
FICHA TÉCNICA
 
BRASIL X ITÁLIA
 
Local: Estádio de Genebra, em Genebra (Suíça)
 
Data: 21 de março de 2013 (quarta-feira)
 
Horário: 16h30 (de Brasília)
 
BRASIL
 
Júlio César; Daniel Alves, Dante, David Luiz e Filipe Luís; Fernando, Hernanes e Oscar; Hulk, Fred e Neymar Técnico: Luiz Felipe Scolari
 
ITÁLIA
 
Buffon; Maggio, Barzagli, Bonucci e De Sciglio; De Rossi, Pirlo, Marchisio e Montolivo; Balotelli e El Shaarawy (Osvaldo) Técnico: Cesare Prandelli
 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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