Com 62% das obras concluídas, o estádio está previsto para ser entregue no próximo mês de outubro –a data inicial era dezembro de 2012.
Os problemas da capital mato-grossense não se limitam ao palco dos jogos.
Os preparativos necessários para receber quatro partidas da primeira fase da Copa levaram Cuiabá ao maior caos viário de sua história.
Até o momento, são cerca de 30 os canteiros de obra abertos na cidade. Projetos anunciados há quatro anos, como pontes e vias alternativas, não foram concluídos.
O que falta para a Copa do Mundo
Falta de mão de obra, alterações de projetos e crises de empreiteiras levaram ao acúmulo de obras que já deveriam estar prontas.
As principais avenidas, com trechos interditados, foram tomadas por crateras onde são construídas passagens de nível, viadutos e pontes.
O fluxo do tráfego é feito por desvios improvisados em ruas de bairros que, por causa do movimento pesado, rapidamente se deterioram e se tornam intransitáveis.
Até o início do segundo semestre, segundo a Secretaria Extraordinária da Copa em MT, outros 24 novos canteiros serão abertos, na tentativa de pôr em funcionamento os 22 km de trilhos, estações e terminais do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
Uma das mais caras e polêmicas da Copa, com orçamento de R$ 1,4 bilhão, a obra foi paralisada duas vezes no ano passado por liminares da Justiça Federal.
Recentemente, um relatório do Tribunal de Contas da União indicou que, até dezembro de 2012, 90% das obras em andamento para a Copa estavam atrasadas em relação ao cronograma –algumas, em até oito meses.
A situação não cria problemas só aos motoristas. Os bloqueios impedem também acesso a pontos comerciais.
"Meu movimento caiu pela metade e tive que demitir 20% dos funcionários", disse Amarildo Amaral, dono de uma loja de autopeças nas imediações de uma das obras.
Nesta semana, o governo rescindiu os contratos com a empreiteira responsável por três obras na principal via de acesso à Arena Pantanal.
Segundo a secretaria, a Ster Engenharia não foi capaz de cumprir prazos e será substituída em, "no máximo", 15 dias –provavelmente, por meio de contratação emergencial, sem licitação.
O distrato foi feito no dia do anúncio de que a construtora Santa Bárbara, que liderava o consórcio construtor da Arena Pantanal, havia decidido abandonar a obra.
O promotor Clóvis de Almeida Júnior abriu inquéritos para apurar as alterações.
De acordo com ele, o caos vivido na capital mato-grossense era um "fato anunciado". "Houve falta de planejamento", afirma.
O promotor diz acreditar que há "tempo hábil" para concluir obras já iniciadas, mas é cético em relação ao VLT: "Não sairá até a Copa".
Fonte: Folha de São Paulo