Dos casos registrados no Consórcio Antiferrugem da Embrapa, quatro estão em Alto Boa Vista a 1.064 quilômetros de Cuiabáe um em São Féliz do Araguaia, a 1.159 quilômetros da capital. No total, 101 ocorrências foram encontradas nos estado na safra 12/13.
Com esses novos casos, mais de 341 mil hectares de soja, ou 4,3% da área de soja de Mato Grosso correm alto risco de serem infectadas pela doença. A área integra a terra desocupada pelos produtores rurais em função de uma decisão judicial a favor dos indígenas da etnia Xavante.
O coordenador da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wanderlei Dias Guerra, pede mais atenção dos produtores de Querência, Alto Boa Vista, São Félix do Araguaia, Porto Alegre do Norte, São José do Xingu, Canarana e Água Boa.
"A ferrugem está muito ativa na região e propícia para a proliferação", explica. De acordo com ele, a situação pode ficar pior se ocorrer chuvas neste período, multitplicando os casos da doença nas lavouras de soja. O representante do ministério acrescenta que providências jurídicas estão sendo tomadas para tentar autorização da colheita e pulverização das lavouras infectadas.
Desocupação
Desde 1992, as mais de 165 mil hectares da então gleba Suía Missú, nas proximidades do município de Alto Boa Vista, a 1.064 quilômetros de Cuiabá, foram ocupadas em grande parte por produtores rurais, a maioria pecuaristas, e famílias que se mudaram para o vilarejo que se formou, denominado Estrela do Araguaia (Posto da Mata), a despeito da decisão do governo federal de demarcar a terra como reserva xavante Marãiwatsédé.
Após longo processo judicial no qual os ocupantes não-índios perderam o direito sobre as terras, a força-tarefa conjunta coordenada por oficiais de Justiça e forças policiais cumpriu em dezembro do ano passado decisão de “desintrusão”, operação que resultou no abandono forçado de duas áreas de lavoura de soja.
FONTE: PrimeiraHora | G1 MT