Ele é dono da pousada Luz da Lua, na rua Sebastião Romão César, uma das mais atingidas pelas cheias de ontem.
Após ter desembolsado R$14 mil na última enchente, ele calcula que o seu prejuízo, agora, chegue a R$10 mil.
"Perdi computador, máquina de lavar, geladeira, freezer. Fora a empresa de limpeza especializada que temos que contratar e custa R$ 1.500", diz Abreu, que tem o estabelecimento há dez anos.
Os hóspedes também tiveram prejuízos. Três carros que estavam no estacionamento da pousada foram danificados pela enchente e terão as empresas seguradoras acionadas pelos proprietários.
Abreu acredita que o problema é a falta de um sistema de drenagem no local.
"Isso acontece há 50 anos e a prefeitura sempre diz que está analisando a situação, que é pontual, que deve fazer um estudo", afirma.
A jornalista Elisa Rodrigues, 29, ficou ilhada em um albergue na mesma rua. Ela e outros cinco amigos perderam o ônibus que os traria de de volta para a capital.
As passagens estavam marcadas para as 15h de ontem. Em frente a pousada, a água subiu até um metro.
Os imóveis da área também ficaram sem energia elétrica após a queda de uma árvore.
"Não tem o que fazer até a água baixar. Ainda está tudo inundado", contava ela por volta das 16h de ontem.
"As donas do 'hostel' estão tentando administrar a situação. Elas foram pegas de surpresa", diz Elisa. "Eu vi até gente passando de caiaque."
Um deles era comandado por Hamisses Lobo, 22, que ficou encarregado de levar três hóspedes da pousada de sua mãe até uma rua seca.
"Se eles [turistas] vão conseguir ir embora depois, a gente não sabe", diz Gizânia Lobo, mulher de Hamisses.
Pela manhã, os hóspedes da Pousada dos Lobos chegaram a ser remanejados do andar térreo para um piso superior para fugir a água.
Fonte: FOLHA.COM