Cidades

População de Várzea Grande entre fogo cruzado

Várzea Grande, aos 65 anos e com quase 300 mil habitantes, agoniza devido às seguidas más administrações dos seus recursos.  Toda a cidade está tomada de problemas que não poupam sequer a área nobre e central, mas na periferia, como não poderia ser diferente, a situação é ainda pior. No bairro Jardim Icaraí o ônibus teve de mudar de rota em diversas ruas principais por conta das enormes crateras formadas no asfalto. Para não perder de vez o acesso ao transporte, alguns moradores se uniram para tapar alguns buracos.

“Nós aqui estamos ao deus-dará, eu e meus vizinhos colocamos diversos entulhos nos buracos para ter como andar na rua, já que a gente liga na Prefeitura e ninguém vem arrumar nada por aqui. O caminhão de lixo passa quando quer e não temos luz nos postes aqui à noite”, contou a auxiliar de cozinha Joni Guimarães, moradora do bairro há nove anos, que ainda completou dizendo que sempre que chove um pouco mais forte a sua casa alaga.

 Fotos: Pedro Alves
 
Alguns moradores logo que viram a reportagem no bairro fizeram questão de manifestar a sua indignação, como a dona de casa Angélica Silva: “Aqui as coisas estão a cada dia pior, eu sempre lavei roupa para fora para ajudar na renda aqui em casa, mas agora não tem mais como trabalhar, aqui só vem água duas vezes por semana e começa a vir às 9 horas, quando é 11 horas no máximo não tem mais água no cano”.
Outros profissionais liberais também declaram a dificuldade de atuar na cidade, como o freteiro Thiago Rodrigues que afirma que a situação dos buracos na cidade já está caótica, mas não é o principal problema: “Aqui em Várzea Grande parece que não tem prefeito, este povo ganha a eleição e só pensa em ganhar dinheiro, não pensa no povo. Não tem nada que funciona nesta cidade”, declarou indignado.

Na área da saúde a situação é ainda mais preocupante. A dona de casa Maria Jesus Almeida, que sofre de hipertensão, diz que está há mais de três semanas sem tomar os remédios, já que não acha o medicamento em nenhum posto de saúde da região onde mora. “Eu já fui a vários postinhos aqui perto e não tem o remédio que eu preciso; aqui no Jardim Icaraí o postinho tá sem médico porque o clínico entrou de férias e não tem ninguém no lugar para atender. Está muito difícil esta situação; só nesta semana já passei mal mais de três vezes”, conta.  

Já na área da educação, as aulas só voltaram nesta última semana, por conta da greve dos professores. A vendedora Márcia Lisboa, que é mãe de duas filhas, uma na creche e outra na escolinha, diz que perdeu duas semanas de trabalho por conta da falta de aulas.

 Fotos: Pedro Alves

Oposição barulhenta impõe “estado de sitio”

Polêmico e direto o vereador Pery Taborelli da Silva Filho (PV), mais conhecido como Coronel Taborelli, não hesita em fazer diversas acusações contra o atual prefeito Walace Guimarães (PMDB), e garante que a cidade de Várzea Grande vive um estado de guerra.  “Todos os serviços públicos municipais não estão sendo prestados à comunidade”, afirma o vereador, que ainda completou dizendo que a cidade chegou a este ponto por conta da administração fraudulenta e da incompetência dos gestores da cidade.

 “Eu vejo que nunca houve oposição em Várzea Grande, o grupo que assume mantém seus apaniguados na administração para continuar lesando o patrimônio público, então qualquer grupo que vem assumindo, inclusive este que o prefeito instalou, lesa o erário público”, afirma Taborelli. O vereador também está ficando bastante conhecido na Cidade Industrial por chamar sempre o reforço da Polícia Militar nas suas inspeções públicas, sempre causando muito barulho por onde passa. Por conta de suas denúncias estaria recebendo ameaças, motivo pelo qual anda armado e com seguranças.

Por: Mayla Miranda

Fotos: Pedro Alves

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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