A fumaça negra voltou a sair da chaminé da Capela Sistina por volta das 11h39 locais (7h39 em Brasília), em sinal de que não houve consenso sobre o sucessor de Bento 16.
Isso significa que as duas votações desta manhã não reuniram os dois terços suficientes para eleger o novo pontífice, ou 77 dos 115 cardeais com poder de votos. Outras duas votações estão previstas para a tarde desta quarta-feira.
Com o anúncio, centenas de turistas e religiosos que estavam de vigília sob uma chuva fria deixaram a praça de São Pedro que, durante a manhã, registrou público pequeno. A previsão é de que o número de fiéis à tarde seja maior.
As votações desta quarta-feira começaram por volta das 9h30 locais (5h30 em Brasília), após uma missa de uma hora de duração na Capela Paulina. Segundo o Vaticano, as cédulas das duas votações serão queimadas juntas, tanto no fim da manhã como no início da noite. A única exceção é se o novo papa for escolhido.
Assim como no primeiro dia, o Vaticano reforçou a fumaça preta, para que não ficassem dúvidas sobre a cor do sinal. Em 2005, as emissões da chaminé causaram confusão ao público e aos jornalistas presentes na praça de São Pedro.
Entre os favoritos para o posto estão o italiano Angelo Scola, arcebispo de Milão, o canadense Marc Ouellet, arcebispo de Québec e o brasileiro dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo –a maior arquidiocese do maior país católico do mundo.
PRIMEIRO DIA
A conclave começou na última terça-feira (12), quando os 115 cardeais fecharam as portas da Capela Sistina por volta das 17h30 no Vaticano (13h30 em Brasília). No local, os religiosos ficarão em clausura até definir o substituto do papa emérito Bento 16, que renunciou em 28 de fevereiro.
A cerimônia de entrada começou por volta das 16h15 (12h15 em Brasília) com uma oração inicial na Capela Paulina. No ritual, o cardeal Giovanni Battista Re, purpurado que presidiu o ato, lembrou aos colegas que eles estão no Vaticano para escolher o novo pontífice.
Em seguida, foi feita uma procissão, que atravessa a chamada Sala Régia para chegar à Capela Sistina, que fica ao lado da Paulina. Após o fim do cortejo, cada um se posicionou em seus lugares e, em seguida, tomou o juramento para participar da eleição.
O último passo foi o fechamento da capela, o chamado "extra omnis", quando os cardeais pedem a saída de todos os que não são cardeais. A partir deste momento, os religiosos ficarão reclusos para escolher o novo comandante da Igreja Católica.
No período, que pode durar dias, a única comunicação sobre as decisões tomadas no conclave é feita pela fumaça que sai da chaminé da capela.
A fumaça é produzida pelas queima das cédulas de votação. Se for da cor preta, não houve decisão sobre o novo pontífice. Caso seja de cor branca, os sinos da Basílica de São Pedro soarão, em sinal de que o papa foi escolhido.
Os últimos 15 conclaves levaram no mínimo dois dias, mas analistas especulam que a escolha do novo papa deva terminar em cinco dias. Em 2005, o cardeal Joseph Ratzinger foi escolhido como papa em três dias de votação.
Fonte: FOLHA.COM