A decisão, tomada em reunião do gabinete de governo realizada nesta quarta-feira, tem como objetivo "mostrar o respeito e reverências da nação e do governo iraniano ao falecido presidente Chávez", de acordo com a agência oficial IRNA.
Ao final da reunião, o presidente Mahmoud Ahmadinejad disse a jornalistas locais que "provavelmente" comparecerá ao enterro de Chávez em Caracas.
Antes, o presidente havia expressado sua dor pela morte de Chávez, seu principal aliado na América Latina.
"Hugo Chávez é o símbolo de todos os combatentes e revolucionários da história gloriosa e trágica da América Latina", disse em nota oficial enviada ao governo da Venezuela.
Para o governante iraniano, Chávez foi "um exemplo da vontade de conseguir a liberdade da nação latino-americana, da bandeira das lutas anticolonialistas em busca da justiça e da fraternidade entre as nações do mundo".
Em janeiro do ano passado, em uma viagem pelos países da América Latina, Ahmadinejad visitou Caracas, onde prometeu amizade eterna a Chávez, com quem reafirmou sua aliança para "frear a loucura imperialista".
Chávez recebeu Ahmadinejad com efusivos abraços e disse que era seu "verdadeiro irmão", enquanto ambos destacavam que manteriam seu papel de frear o que chamavam de imperialismo.
Depois da notícia da morte de Chávez, as agências e redes de televisão iranianas ofereceram ampla cobertura sobre as reações no mundo todo.
O canal oficial em espanhol, HispanTV, dirigido em especial à América Latina, dedica hoje todas as manchetes de sua página na internet e a maior parte da sua programação à noticia da morte do líder venezuelano.
OUTRAS REAÇÕES
O governo da Síria fez nesta quarta-feira um tributo a Chávez, um dos poucos dirigentes do mundo a apoiar o regime de Bashar Assad no levante que se tornou luta armada no país.
"Chávez sempre apoiou os direitos legítimos árabes; também ante o complô contra a Síria", indicou a agência oficial Sana.
O líder venezuelano "expressou em numerosas ocasiões sua solidariedade com direção e o povo sírios ante o ataque imperialista selvagem", acrescentou.
O chefe de Relações Internacionais e assessor presidencial palestino, Nabil Shaat, expressou hoje as profundas condolências da Palestina à família de Hugo Chávez e ao governo e o povo da Venezuela pela morte de "um amigo leal".
"A Palestina diz adeus a um amigo leal que defendeu apaixonadamente nosso direito à liberdade e à autodeterminação. Sua contribuição à causa da dignidade não tinha fronteiras e alcançou os corações e mentes do mundo árabe", disse Shaat, em um comunicada enviado à imprensa durante a madrugada desta quarta-feira.
"Hoje lembramos as palavras de Simón Bolivar: 'Eu desejo mais que qualquer outro, ver formar-se na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riqueza, que por sua liberdade e glória´. O presidente Chávez trabalhou sem fim não só pela liberdade e glória de sua amada América Latina, mas por todos os povos oprimidos, incluindo a Palestina, um país que levava em seu coração".
Chávez morreu por volta das 16h25 locais (17h55 em Brasília) desta terça, após três meses de internação em combate a um câncer na região pélvica. Em dezembro, ele foi submetido à quarta cirurgia contra a doença, mas sofreu uma infecção respiratória e não resistiu às complicações.
Fonte: FOLHA.COM | AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS