Política

Campos e sindicatos se unem para mudar projeto de Dilma

Os dois se encontraram ontem no Recife e defenderam mudanças no texto da Medida Provisória 595, que propõe várias mudanças na maneira como os portos são administrados e está em discussão no Congresso Nacional.

A Força Sindical, que representa vários sindicatos de trabalhadores dos portos, é contra a reforma porque ela libera os terminais privados dos portos para contratar mão de obra sem as exigências impostas pelos sindicatos nos terminais administrados pelo governo.

Campos não gosta da medida provisória porque ela transfere do governo de Pernambuco para o governo federal o controle sobre projetos de expansão do Porto de Suape, o maior do Estado.

"Eles gerem, há muitos anos, dezenas de portos que são infinitamente mais ineficientes do que Suape", disse Campos. "Como é que o porto público mais eficiente do Brasil pode tomar lições com quem há décadas gere portos que são mais ineficientes do que ele?"

Campos e a Força Sindical também têm motivos políticos para caminhar juntos. Campos quer ser candidato à Presidência da República nas eleições de 2014, e uma aliança com a segunda maior central sindical do país pode ser útil para o seu projeto.

A Força Sindical perdeu espaço no governo nos últimos tempos e Paulinho se desentendeu com o ministro do Trabalho, Brizola Neto, que é filiado ao PDT, como ele. O partido é um dos que Campos gostaria de ter a seu lado nas eleições de 2014.

O governador pernambucano e o presidente da Força Sindical acertaram que farão juntos pressão para que a medida provisória seja alterada no Congresso. O PSB controla uma bancada de 26 deputados na Câmara.

Paulinho defendeu a candidatura de Campos à Presidência e convidou-o a participar da próxima reunião nacional da Força Sindical, no dia 25, em São Paulo, quando o governador poderia discursar para os sindicalistas.

"É importante termos um candidato como o Eduardo Campos, que trabalha, mostrou que tem capacidade, é governador pela segunda vez, elegeu o prefeito do Recife e outros importantes prefeitos do país", disse Paulinho.

Campos disse que a aliança com a Força Sindical em torno da MP dos Portos não deve ser confundida com movimentação eleitoral e rejeitou a ideia de que uma eventual participação sua na reunião da central tenha conotação política.

"Esse debate [da MP] é sério e não pode ser politizado. A oportunidade que tivemos de falar foi agora. Só há dez dias coloquei muito claramente minha posição para o ministro dos Portos, que prometeu diálogo. Temos o forte argumento de defender o respeito à Federação e aos direitos dos Estados".

O chefe da Secretaria Especial de Portos, Leônidas Cristino, foi indicado pelo PSB.

Fonte: FOLHA.COM

Redação

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