Com um mundo ainda em um cenário de crise, a economia brasileira ficou acima do desempenho da maior parte dos países europeus, que, em boa parte, não conseguiram deixar o cenário de recessão iniciado após o estouro da bolha financeira mundial de 2012.
Na região, enquanto Alemanha e Reino Unido tiveram crescimento tímido (0,7% e 0,2%, respectivamente), Itália, Portugal e Espanha amargaram mais um ano de variações negativas do PIB no ano passado.
O resultado brasileiro, contudo, é inferior a mercados emergentes comparados ao Brasil com mais frequência. Rússia e México, por exemplo, tiveram crescimento superior a 3%, enquanto China e Indonésia registraram avanço superior a 6%.
Mesmo a África do Sul, com um dos mais baixos crescimentos entre o grupo dos emergentes, ficou à frente do Brasil, com avanço de 2,5%.
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O Brasil fica atrás também de economias avançadas fora da zona do euro. É o caso de Japão (1,9%) e Estados Unidos (2,2%), que passaram por um ano de recuperação em 2012. A Coreia, outra economia mais madura, ficou com 2% de alta.
BRASIL
O PIB brasileiro encerrou o ano com o pior resultado desde 2009, quando o país sentia ainda os efeitos do estouro da crise financeira mundial. A indústria foi a grande vilã do crescimento no ano.
A produção recuou 2,7% e ficou negativa em 9 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE. Maior concorrência com importados, perda de mercados no exterior e inadimplência dos consumidores estão por trás do tombo da atividade industrial.
A expectativa é de retomada no setor neste ano na esteira de uma safra recorde, planos de investimento em infraestrutura e menor nível de estoques. A previsão é de um avanço de 3%.
Com a ajuda da indústria, menos riscos fora do país, e boas perspectivas para o campo e construção, o PIB brasileiro deve voltar a crescer neste ano. As projeções indicam uma variação entre 3% e 3,5%.
A estimativa representa uma das maiores alterações entre os desempenhos de 2012 e 2013 no mundo. Relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional) com previsões para as principais economias projeta uma mudança mais tímida entre os dois anos.
O desempenho dos EUA, por exemplo, deve sair dos 2,2% atuais para 2%. A China deve chegar a 8,2% ante os 7,8% de 2012 e Rússia e México terão mais uma vez resultado próximo de 3%.
Fonte: FOLHA.COM