A invasão dos céus pelos aviões robôs, chamados drones, já é uma realidade.
De tecnologia altamente sofisticada os drones são manipulados a grandes distâncias por pilotos de caça, como em um jogo de Atari – vídeogame famoso na década de 80 -, e conseguem ter um alto poder de destruição através dos armamentos pesados de que são portadores.
Dos mais diversos tamanhos, desde os menores do tamanho de uma mão, até os jatos maiores, com suposta capacidade de 16 ou 20 lugares, têm autonomia para muitas horas de voo, dispondo de aparelhos de alta inteligência e carregando mísseis devastadores.
E, até nós, brasileiros, tão carentes de sobrevivência básica, como educação e saúde, já estamos com duas companhias fabricando drones, como o Falcão – com aproximadamente oito metros de comprimento, 500 km de alcance e autonomia de 12 h.
As guerras no passado eram sempre submetidas a discussões éticas anteriores, tinham inimigos conhecidos, com nome e endereço. Atualmente o alvo é vago, não tem cara, e é apenas conhecido como terrorismo.
A princípio, era delimitado por facções pertencentes à Alcaida, já agora, se alastra pela África, como o que acontece em Mali, uma das seis ex-colônias francesas. Não esquecer que a França para fabricar suas bombas ainda depende do urânio, uma das grandes riquezas de Mali.
Mas o que nos interessa verdadeiramente são as conotações filosóficas advindas dessas novas práticas.
Precisões cirúrgicas nos ataques autorizadas pelos mais diversos governos – com que autoridade?
Vítimas poupadas do lado atacante, já que não há combate entre soldados – e o massacre humano do outro?
Como identificar um “inimigo” que não tem cara?
Que treinamento psicológico terá esse piloto de caça que à distância poderá ter a sua culpa minorada ou totalmente eximida, já que, preservado da visão catastrófica de um ataque, se sente como se manejando um brinquedo?
E as altas esferas militares? Serão as únicas nessas decisões de assassinatos em massa?
Que tristeza! Às portas do século XXII a raça humana, sempre assolada pelo temor das guerras, principalmente a nuclear, se vê novamente ameaçada por uma tecnologia capaz de fazer ainda mais vítimas do que as já vivenciadas.
E o pior. Crianças do mundo inteiro vêm brincando e convivendo com as miniaturas de toda essa barbaridade, uma verdadeira lavagem cerebral subliminar precoce.
Que saudade dos tempos em que pulávamos amarelinha, brincávamos de esconde-esconde, de pique, e não éramos nem obesos, nem diabéticos, nem hipertensos aos seis anos de idade, fato que hoje já é uma triste realidade.
Gabriel Novis Neves