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Éramos felizes, diz mãe de jovem morta há 1 ano no Hopi Hari[

Enquanto descreve uma fotografia onde está ao lado da filha sob as flores de uma cerejeira – símbolo de paz e alegria para os japoneses – Silmara reflete sobre onde gostaria de estar ao lado da adolescente, de 14 anos, que sonhava em trabalhar como jornalista na capital Tóquio.
 
"A festa do aniversário seria em 13 de outubro. Estávamos com tudo programado, mas faltava o vestido. Fiquei imaginando como tudo seria perfeito e, no mesmo dia, houve o casamento de uma amiga. Pensei: 'nunca verei minha filha de noiva'. É uma saudade que chega a doer no coração… Durante o Ano Novo também entrei em desespero, não conseguia parar de chorar", lamenta. A família de Gabriela mora em Iwata, no Japão, e passava férias no Brasil. A jovem morreu após cair do brinquedo 'La Tour Eiffel', em 24 de fevereiro de 2012.
 
O quarto de Gabriela, explica a mãe, permanece decorado com fotografias, desenhos e adereços coloridos que a filha gostava. "Tenho o cuidado de não mexer na arrumação. É muito difícil alterar, pois gosto de ver tudo com o jeitinho dela".
 
Além de trabalhar como cuidadora em uma casa de repouso para idosos, Silmara dedica-se à filha Hanna, de 8 anos. Ela conta que tornou-se 'superprotetora' após o acidente. "Sou até meio chata. Dificilmente deixo ela ir em algum lugar sem a nossa [ela e o marido Armando] companhia", pondera.
 
Indenização e volta ao Brasil

A família de Gabriela acompanha o andamento do processo pela internet e por meio de conversas com o advogado Ademar Gomes. Silmara disse que o parque não propôs acordo para o pedido de indenização de R$ 4,6 milhões por danos morais. "Nunca tivemos contato desde o dia do acidente", ressalta.
 
A mãe da vítima diz que pretende voltar ao Brasil por causa da família, mas ainda não sabe em qual data. "Eu sofro por ter deixado a 'Yu' enterrada no Brasil, quero levar flores, deixar tudo bonito. Porém fico insegura diante de tudo o que aconteceu e até agora nada, sem justiça".
 
Julgamento

O juiz da 1ª Vara Criminal de Vinhedo, Fábio Marcelo Holanda, acolheu a denúncia feita pelo Ministério Público contra 12 pessoas, entre elas o presidente do parque, Armando Pereira Filho. Eles responderão pelo crime de homicídio culposo – quando não há intenção de matar.
 
Silmara conta que a família está ansiosa pelo início das audiências e reclama da falta de rigor no poder Judiciário. "Não entendemos a demora. Perdemos um pedaço de nós e o parque está como se nada tivesse acontecido. É uma vergonha, pois aqui os japoneses jamais colocariam em risco a vida de seus entes queridos, sobretudo onde ocorreu um acidente com morte", critica.
 
O advogado Ademar Gomes também não demonstrou otimismo para uma rápida definição sobre o caso. "Está demorando muito. No Brasil todo processo leva de 10 a 15 anos, pois é preciso que o governo faça investimentos no Judiciário", endossou a defesa.
 

O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que não há previsão para início do julgamento.
 
Hopi Hari

Em nota, a assessoria do parque de diversões Hopi Hari informou que "cumprirá com todas as suas responsabilidades perante a família Nichimura".

FONTE: PrimeiraHora | G1

Redação

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