"Ao redor de 100 mil proprietários de imóveis foram afetados. Os danos chegam a mais de 1 bilhão de rublos (US$ 30 milhões)", disse o governador da região, Mikhail Yurevich, em entrevista coletiva.
Yurevich acrescentou que 30% das janelas quebradas pela onda explosiva do meteorito já foram reparadas, e o restante será consertado durante a próxima semana.
O governador precisou que o edifício mais danificado foi o Palácio de Gelo A Rajada de Chelyabinsk, cuja armação e três vigas horizontais ficaram deformadas.
O meteorito caiu ontem a 80 quilômetros da cidade de Satka, no distrito de mesmo nome, por volta das 9h20 locais, mas a onda expansiva afetou várias regiões adjacentes e até a vizinha república asiática do Cazaquistão.
Até o momento, as autoridades locais informaram que 1.100 pessoas foram feridas, em sua maioria devido à ruptura de vidraças.
Segundo especialistas, este é o maior objeto a atingir a Terra em um século. O último havia sido em 1908 no lago Tunguska, na Sibéria, quando um objeto de 100 metros explodiu sobre a região.
"Estava sentado trabalhando e a janela estava levantada. Em segundos foi como se a cidade inteira tivesse sido iluminada. Olhei para fora e vi uma grande mancha brilhante no céu que durou dois, três minutos e então os cachorros começaram a uivar", disse um homem identificado como Artyom que falou à rádio Moscou FM.
Tcheliabinsk tem pouco mais de 1 milhão de habitantes e fica cerca de 1.500 km a leste de Moscou. A região tem forte presença de indústria bélica, inclusive com produção de armas nucleares. Não há informações de vazamento de radiação, segundo fontes do governo.
COINCIDÊNCIA
Apesar da coincidência, a queda do meteoro na Rússia e a passagem "de raspão" de um asteroide pela Terra ontem não são eventos relacionados, segundo especialistas.
"É literalmente uma coincidência cósmica", afirmou Alan Fitzsimmons, do Centro de Pesquisa de Astrofísica da Queen's University, em Belfast (Irlanda do Norte), à BBC.
"O asteroide vai do sul para o norte; o meteoro não estava nessa trajetória, e a separação de tempo entre a passagem dos dois é significativa", afirmou Don Yeomans, da Nasa, chefe do departamento de Objetos Próximos da Terra.
Na opinião de Daniela Lazzaro, chefe do projeto Impacton do Observatório Nacional, que monitora asteroides e outros objetos espaciais potencialmente perigosos, essas são evidência fortes de que esses eventos não foram relacionados.
Ela ressalta que fenômenos como esse são bastante comuns. "A maioria cai no mar ou em zonas desabitadas, e ninguém acaba se ferindo."
Fonte: Folha On Line
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