Entre as vítimas, 115 estudavam na instituição, que possui 26,8 mil alunos.
"Até tentamos fazer um movimento para que as aulas demorassem um pouco mais para recomeçar. Mas tivemos a greve [no ano passado], e o semestre precisa terminar", disse Pablo Bizzi, 20, que estuda ciência da computação.
Em 2012, os professores da universidade permaneceram em greve de maio a setembro.
Os alunos, que deveriam estar em férias, estão repondo as aulas perdidas, o que deve ocorrer até março.
Hoje pela manhã haverá um ato ecumênico ao lado da reitoria. As aulas serão retomadas à tarde, segundo Lauren Aguiar, 20, do DCE (Diretório Central dos Estudantes).
A professora do Centro de Administração da federal, Maria Elisa Rosa Gama, admite que serão dias difíceis no campus da universidade.
"Vamos organizar eventos de apoio psicológico tanto para os alunos quanto para os professores", afirmou.
Segundo Maria Elisa, que é de Santa Maria, há professores que não conseguem nem falar. "Quanto mais dar uma aula. Tem professores que perderam muitos alunos."
Um dos cursos organizadores da festa "Agromerados", que acontecia na boate Kiss na noite da tragédia, a agronomia deverá merecer mais atenção dos psicólogos e psiquiatras. Das vítimas, 26 cursavam essa graduação. Dez delas frequentavam a mesma classe, no segundo semestre.
Diretora do Centro de Ciências Naturais e Exatas da universidade, Martha Adaime gravou um vídeo para os estudantes que voltam ao campus hoje. "Para os alunos que, na volta às aulas, vão encontrar cadeiras vazias, muita força. A universidade está se preparando para dar apoio emocional a todos", diz ela.
Até ontem, o saldo era de 237 mortos. Dois sócios da boate e dois integrantes da banda que se apresentava estão presos há uma semana.
Segundo as investigações, o fogo começou quando um integrante da banda ergueu um artefato de uso exclusivo para áreas externas, que atingiu a espuma de isolamento acústico no teto da boate (de alta combustão), dando início ao incêndio.
Fonte: FOLHA.COM
