Até o momento, 54 mulheres em Mato Grosso, recebem o benefício do cartão “Ser família mulher”, auxílio temporário para pagar moradia a mulheres vítimas de violência doméstica com medida protetiva. O estado é o primeiro a pagar o auxílio e o programa inspirou a lei nacional de auxílio aluguel aprovada no Congresso Nacional.
O benefício é temporário e poderá ser concedido pelo prazo de até 12 meses, condicionado à validade da medida protetiva, podendo, se necessário, ser prorrogado por um período igual, com base em justificativa técnica. Desde agosto deste ano, cada mulher atendida recebe auxílio no valor de R$ 600.
De acordo com a Secretária de Assistência Social e Cidadania, Graziele Bugalho, o programa dá a oportunidade de escolha às mulheres. “Ela pode, por exemplo, morar junto com alguém da família e poder ajudar num complemento das despesas da casa na questão de água, luz e não apenas o aluguel”, diz.
Segundo uma das vítimas, que mora em uma kitnet junto com o filho, foram 10 anos convivendo com o agressor e a nova rotina já tem impacto no desenvolvimento da criança. “É bem mais tranquilo né? Vai pra escola, volta. Tem uma vida normal, não é aquela gritaria, ‘cervejairada’, ‘brigação’, cheio de gente usando drogas.”
Para uma segunda vítima que denunciou o agressor e vive com os três filhos, mesmo na dificuldade, o exemplo é o que importa. “A gente fala ‘Será que eu fiz certo?’ ‘Será que eu não estou sendo egoísta?”, mas mesmo com dificuldade, eu vou mostrar a elas que não é isso que elas merecem”, comenta.
Segundo o Monitor da Violência, mais de 50 mil mulheres brasileiras sofreram algum tipo de agressão em 2022. A pesquisa ainda mostrou que, a cada 6 horas, uma mulher foi vítima de feminicídio. Já em Mato Grosso, mais de 12,1 mil mulheres são vítimas de violência doméstica.