Uma mãe foi morta na frente do filho de 12 anos pelo ex-marido, no Distrito de São Joaquim do Boche, em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, na madrugada desta segunda-feira (28). Segundo a Polícia Militar, o suspeito não aceitava o fim do relacionamento. A vítima foi identificada como Leila Maria da Silva, de 40 anos.
A polícia informou que Jefferson Luiz dos Santos, de 43 anos, foi até a casa da vítima por volta de 1h e começou a agredi-la. O suspeito teria segurado Leila pelos cabelos para dentro da casa e trancou a porta.
Segundo a Polícia Civil, o filho do casal teria presenciado os fatos e correu para pedir ajuda.
Depois de matar a mulher com várias facadas, o homem foi encontrado com ferimentos no peito e garganta. Ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas morreu logo após dar entrada da unidade.
A Polícia Militar disse que o homem tinha a intenção de matar Leila e que o crime foi premeditado.
A moto de Jefferson foi encontrada pela polícia escondida a cerca de 300 metros do local do crime. A Polícia Civil informou que os vizinhos conheciam o barulho da moto e que, por isso, ele deixou a alguns metros de distância para surpreender a vítima.
Leila deixa quatro filhos. Nas redes sociais, a vítima fez uma publicação ainda nesse domingo (27), em um local de lazer, declarando: 'Vivendo cada dia como se fosse o último'.
Onda de feminicídios
Neste ano mais de 18 mulheres já foram mortas vítimas de feminicídio no estado. Entre os casos recentes, estão o de Emilly Bispo da Cruz, de 20 anos, Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos e Maria Helena Pereira dos Santos Resende, de 47 anos.
Emilly foi morta com golpes de faca no dia 16 de março, no Bairro Pedra 90, em Cuiabá. Ela estava a caminho da escola do filho quando foi abordada pelo ex-namorado, que a esfaqueou na frente da criança, de 4 anos, e depois fugiu em uma motocicleta.
Antônio Aluízio da Conceição Mariano foi preso pela Polícia Civil horas após o assassinato. Ele teve um relacionamento com a vítima e não aceitava o término. Ele passou pelo júri popular no dia 19 de agosto e foi condenado a 20 anos de prisão.
Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, foi encontrada morta espancada e asfixiada dentro do próprio carro no Parque das Águas, em Cuiabá, no dia 13 de agosto. O acusado Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, ex-policial militar, foi autuado em flagrante por feminicídio. Os dois se conheceram no dia do crime.
A Polícia Civil concluiu o inquérito policial e Almir foi indiciado por estupro, homicídio quadruplamente qualificado e fraude processual.
Marinalva Aparecida dos Santos Pires, de 48 anos, teve 80% do corpo queimado pelo ex-marido dela e morreu após 10 dias na UTI. O crime ocorreu no dia 27 de abril, em Paranaíta, a 849 km da capital. O suspeito, de 58 anos, também jogou fogo em si. Segundo a Polícia Civil, ele ateou querosene e queimou Marinalva porque não aceitava o fim do relacionamento.
Segundo a polícia, um dia antes do crime, Marinalva procurou a delegacia para solicitar medida protetiva e relatou que ainda morava na residência com o suspeito, mas ela já havia pedido que ele saísse da casa. Depois, o homem morreu na unidade.
Os crimes de feminicídio registrados em Mato Grosso neste ano deixaram 36 crianças sem mães. Segundo a Polícia Civil, 15 delas tinham filhos com os agressores.
A polícia informou ainda que quatro crianças ficaram órfãos de mãe e pai. Seis mulheres foram mortas na frente dos filhos.