A Justiça Militar realizou um novo julgamento nesta segunda-feira (14) e condenou o cabo da Polícia Militar Lucélio Gomes Jacinto a 21 anos e quatro meses de prisão, em regime fechado, pelo crime de homicídio triplamente qualificado.
Lucélio é acusado de matar o tenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Carlos Henrique Paschiotto Scheifer, em maio de 2017, em Matupá, a 696 km de Cuiabá.
A Justiça também manteve a absolvição do sargento Joailton Lopes de Amorim e do soldado Werney Cavalcante Jovino, que também eram investigados pelo crime. A investigação apontou que os três policias inventaram um confronto para encobrir a morte do tenente.
Em junho deste ano o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), havia anulado a condenação do PM afirmando que a pena não foi devidamente fundamentada.
Entenda o caso
Durante as investigações sobre o caso, os militares julgados mantiveram a versão de que Scheifer havia sido morte em um confronto. No entanto, um exame de balística revelou que o tiro que matou o tenente foi disparado pelo cabo Lucélio Gomes Jacinto.
À época, além de Lucélio, Joailton Lopes de Amorim e Werney Cavalcante Jovino foram presos pelo homicídio, mas atualmente respondem o processo em liberdade.
Uma investigação da Corregedoria da Polícia Militar apontou que eles inventaram o confronto com ladrões de banco para encobrir a morte de Scheifer. A ação terminou com quatro suspeitos presos e dois mortos, além de outros dois que conseguiram fugir.
As investigações apontaram que os militares cometeram o crime porque queriam evitar que o tenente Carlos Scheifer, que liderava equipe, os denunciasse por desvio de conduta na morte de um dos suspeitos do roubo.
Em 2022, o Ministério Público Estadual (MPMT) pediu à Justiça a condenação do cabo Lucélio e a absolvição do sargento Joailton e do soldado Werney. No documento o promotor cita que as provas do processo são suficientes para demonstrar que Lucélio praticou o crime, mas são insuficientes para imputar a coautoria ao sargento e ao soldado.
Com isso, a Justiça decidiu apenas pela condenação de Lucélio e absolveu os outros dois policiais.