Militares de variadas patentes, de sargentos a oficiais-generais, das três Forças Armadas, mas sobretudo do Exército, são investigados por suspeita de corrupção e malfeitos durante e depois do governo Jair Bolsonaro.
Saiba quem são os envolvidos no mais recente escândalo que tem relação com fardados, o caso das joias presenteadas a Bolsonaro na condição de chefe de Estado que, segundo investigações da Polícia Federal, foram vendidas ou oferecidas para a venda.
MILITARES INVESTIGADOS NO CASO DAS JOIAS
Esses são, segundo a PF, os fardados envolvidos na negociação de presentes ao governo brasileiro
General de Exército Mauro César Lourena Cid
Pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ajudou o filho na negociação de venda de presentes, segundo a PF. O general de quatro estrelas, posto máximo do Exército, integrou o Alto Comando e chefiou o Comando Militar do Sudeste e o Departamento de Educação e Cultura da corporação. No governo Bolsonaro, foi nomeado chefe do escritório brasileiro da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), em Miami, nos EUA.
Almirante de Esquadra da Marinha Bento Albuquerque
Ministro das Minas e Energia de Bolsonaro do início do governo, em 2019, a maio de 2022, é alvo de inquérito por suspeita de omitir informações à Receita Federal sobre o transporte e a entrada no Brasil de jóias presenteadas ao então presidente Bolsonaro.
Contra-almirante da Marinha José Roberto Bueno Junior
Foi chefe de gabinete de Bento Albuquerque no Ministério das Minas e Energia e atuou para tentar reverter a apreensão de joias na Receita Federal do aeroporto de Guarulhos.
Coronel da reserva do Exército Marcelo Costa Câmara
Assessor especial do gabinete pessoal de Bolsonaro na Presidência, era o principal ponto de contato do tenente-coronel Cid nas operações para recuperar as joias colocadas à venda depois que o caso veio à tona. Segundo seu depoimento à PF, Bolsonaro o designou para cuidar do acervo presidencial depois que .Foi apontado, em uma reportagem da revista "Veja" como chefe de um serviço paralelo de inteligência no Planalto.
Tenente-coronel do Exército Mauro Cid
Peça central de um esquema de venda ilegal de presentes dados ao governo brasileiro que deveriam ter sido incorporados ao acervo presidencial, segundo as investigações. Chefe da ajudância de ordens da Presidência durante o governo Bolsonaro, está preso sob suspeita de ter adulterado os registros de vacinação do ex-presidente e de familiares. É investigado também por participação nos ataques golpistas de 8 de janeiro. A insistência do ex-comandante do Exército Júlio César de Arruda em manter a nomeação de Cid para comandar o 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia, uma tropa de elite do Exército, apesar de ele já estar associado a escândalos é apontada como a gota d'água para a demissão do ex-chefe da força terrestre.
Primeiro-tenente da Marinha Jairo Moreira da Silva
Também participou da operação para tentar liberar joias apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.
Tenente da Marinha Marcos André Soeiro
Ex-assessor do ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, transportou as joias apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.
Segundo-tenente da ativa do Exército Osmar Crivelatti
Um dos alvos da operação da PF na sexta (11/8), foi, segundo as investigações, designado pelo tenente-coronel Cid para receber o relógio da marca Chopard que havia ido a leilão, sem sucesso, em Nova York. Foi um dos oito nomeados por Bolsonaro para trabalhar com ele depois que deixou a Presidência, com salários custeados pelos cofres público. Nessa condição, integrou a equipe que viajou com Bolsonaro para os EUA às vésperas da transição de governo.
Segundo-tenente do Exército Cleiton Henrique Holzschuk
Ex-integrante da ajudância de ordens da Presidência, participou da operação para tentar liberar joias apreendidas na Receita Federal do aeroporto de Guarulho. Também esteve presente na ação para manter sob a posse pessoal de Bolsonaro possíveis pedras preciosas que foram entregues ao ex-presidente no fim de outubro do ano passado em Teófilo Otoni (MG).