O frentista Antônio Aluízio da Conceição Marciano, autor do feminicídio da ex-namorada Emily Bispo da Cruz, 20 anos, ocorrido em frente ao filho de 4 anos, no bairro Pedra 90, em Cuiabá, já havia tentado matar a jovem meses antes do crime. A informação foi dada por uma testemunha durante o julgamento do réu no Tribunal do Júri, nesta nesta quinta-feira (10).
De acordo com a testemunha, Julia Maria de Souza, 22 anos, que era vizinha, amiga e colega de trabalho de Emily, em dezembro, alguns dias depois do aniversário da vítima, o acusado invadiu a kitnet em que a jovem morava com um canivete. Ele teria aproveitado que o portão estava aberto, adentrou no local, arrastou a vítima e a jogou no chão subindo em cima dela.
Ainda conforme a amiga de Emily, ela e o marido conseguiram socorrer a jovem a tempo porque ela começou a gritar. Em seguida, Antônio sai correndo, sobe na motocicleta e foge do local. Nesse período, a vítima dormia na casa das amigas, por temer que o acusado fizesse algo com ela e o filho.
Durante o depoimento, a testemunha disse que a vítima passou por várias situações de ameaça, perseguição e agressão e que não se abria com ela e com ninguém da família por medo de Antônio.
Emily morava sozinha com o filho, a mãe dela morreu quando ela tinha apenas 7 anos, não tinha contato com os familiares da mãe. Já o pai trabalhava na estrada e os parentes moravam em Várzea Grande. “Esse era um dos meios que ele usava para chantagear, que ela não tinha família e que ela não tinha ninguém por ela”, afirmou a testemunha.
Apesar do medo que a vítima tinha de contar para alguém, um determinado dia a amiga entrou na casa de Emily e a encontrou só de peça íntima, com as costas toda marcada de cinto, momento que ela chorou bastante e desabafou sobre as agressões.
Após contar, a jovem pediu para a vizinha prometer que não contaria para ninguém, porque ele ameaçava ela e o filho, além disso perseguia, ia até a escola em que a criança estudava, na casa do pai do filho, e mandava foto do filho entrando e saindo da escola.
Em outro depoimento, da tia da vítima, Alessandra Barroso da Cruz, 42 anos, ela confirmou que no dia que a amiga viu Emily com marcas de agressão, o acusado teria mantido a jovem em cárcere privado na casa dele, onde o mesmo a agrediu durante todo o dia. “Ela contou que ele ameaçou cortar os mamilos do peito, bateu com cinto, deu socos no estômago dela. Para acabar com as agressões, ela tratou ele bem, disse que o amava para conseguir sair de lá”, disse.