Dia deste o Lula deu uma lição tão óbvia que nos fez pensar que somos definitivamente um bando de idiotas por não ter pensado nela antes. Como fazer para diminuir as despesas do país sem ter que cortar verbas? Simples, garante nosso ídolo, basta renomeá-las: o que estava na rubrica “despesas” passa para a conta “investimento”. Pronto, graças à astúcia do Chapolim Colorado brasileiro, gastos com educação e saúde deixam de ser despesa e viram investimento.
Entre esses “investimentos” está o do novo avião presidencial. No primeiro governo do Lula ele comprou o Aero Lula, que já não serve mais para o primeiro casal, pois a suíte presidencial parece pequena e o chuveiro precisa ser modernizado. Está em fase de decisão arquitetônica o novo jato que podemos chamar de Aero Janja, cujo desembolso será contabilizado como investimento. Claro que terá uma grande serventia para a população brasileira, que ficará orgulhosa indo aos aeroportos para ver o casal de “turistas” embarcar na pomposa aeronave.
Mas, por que o presidente já nos primeiros meses do governo insiste em “investir” em um novo avião? A razão principal é que o casal decidiu percorrer o mundo com a missão de cacifar o Lula a ser escolhido para receber o Prêmio Nobel da Paz.
Essa é a nova obsessão do Lula que passa mais tempo fora do Brasil tentando resolver os problemas alheios do que solucionando os inúmeros abacaxis que temos por aqui. Ele botou na cabeça que pode tirar a Argentina do buraco em que se meteu e convencer o mundo que a Venezuela é vítima de uma narrativa mentirosa, pregando que basta criar uma narrativa melhor para torná-la um exemplo de democracia. Sugere assim que a realidade é uma farsa, o que conta mesmo são as narrativas. Tem ainda o plano de acabar com a guerra Rússia/Ucrânia de um modo inusitado, como falou ainda quando era candidato: “este é um problema simples que se resolve tomando cerveja em uma mesa de bar”.
Mas, com boa vontade é possível ver coisas boas acontecendo: o ministro da fazenda mostra-se uma pessoa qualificada e politicamente habilidosa, o Lula exorta o MST a parar com as invasões de terras e, com atraso de seis meses, finalmente declara que é preciso “jogar no lixo o discurso de ódio”.
Nos últimos dias o Brasil deu alguns sinais de melhora: a estimativa de inflação caiu, ficando abaixo de 4% a.a., índice melhor que o dos Estados Unidos e da maioria dos países europeus. A bolsa de valores reagiu bem, o desemprego recuou, o dólar perdeu força e a agência de classificação de risco S&P melhorou a nota do País.
Tudo isto aconteceu em um momento em que o Presidente controlou sua irritante verborragia. Será coincidência ou a incontinência verbal do Lula tem o poder de puxar o País pra baixo?
Renato de Paiva Pereira.
