Os crimes de preconceito contra idosos aumentaram 40% neste ano no estado, de acordo com os dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT). Os registros foram realizados entre janeiro e maio deste ano comparados com o mesmo período de 2022.
Nesta quinta-feira (15), é comemorado o Dia Mundial da Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, que foi reconhecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em 2006.
Esse tipo de crime inclui injúria mediante preconceito e calúnia. Em 2022, injúria e calúnia contra pessoas com igual ou superior a 60 anos chegou a 80 casos registrados. Neste ano, contudo, os registros saltam para 112, o que representa um aumento de 40%.
O presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa, Isandir Rezende, explicou que esse cenário precisa ser vencido através da conscientização da sociedade.
"Nós precisamos conscientizar a sociedade, os jovens. O que eu quero quando eu chegar aos 60 anos? Como será o meu município? Esse desejo do futuro que temos que buscar no presente para atender essas pessoas que estão desamparadas", afirmou.
Ele ainda ressaltou que as principais violências sofridas pelos idosos ocorre de forma silenciosa, tanto familiar, quanto de forma econômica – como golpes por aplicativo de mensagens.
"Neste ano, só pelo disque 100 nós já recebemos mais de 130 denúncias para serem investigadas pelas assistentes sociais dos respectivos municípios. A questão da vioência econômica e a familiar, são as maiores", ressaltou.
O combate aos crimes contra idosos, conforme Rezende, também passa pela formulação de políticas públicas específicas ao público.
"Está em andamento um projeto do governo estadual para instituições de longa permanência para pessoas idosas, em que cada polo do estado terá uma construção dessa instituição, para atender os idosos sem família", contou.
Para coibir os crimes contra os idosos, segundo ele, deve ser criado uma delegacia própria para tratar esses delitos, algo que está em andamento no estado e, também, no país. Porém, ainda na estaca zero.
"O primeiro passo nós precisamos implementar nossa Delegacia do Idoso. Não dá mais para esperar, por isso que falo da rede. É o estado assumindo criar um aparato para assistir essas pessoas violentadas. Não posso chegar com um carro da polícia caracterizado, porque vou colocar o idoso em vexame desnecessário, nós precisamos de veículos descaracterizados, precisamos de psicólogos, assistente social. Tudo isso está sendo elaborado para ser adotado", disse.