Deputado federal Abílio Junior (PL) disse que nunca foi “negacionista”. Afirmação ocorreu durante um bate-boca na reunião da Comissão da Saúde, dessa terça-feira (13). O posicionamento, no entanto, vai de encontro com a postura que o parlamentar adotou durante a pandemia da covid-19, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, do mesmo partido.
No auge da pandemia, quando diversas pessoas se infectavam e perdiam a vida para a doença, Abílio, fez piada com o uso de máscaras ao utilizar uma sacola plástica no rosto em um supermercado de Cuiabá. “Esta máscara protege muito mais, só é difícil de respirar”, disse numa publicação feita no Instagram com emojis de risadas, em maio de 2020.
No ano seguinte, Abílio também seguiu a defesa frenética de Bolsonaro pelo kit-covid e endossou ataques a produção da vacina contra doença.
“O que o presidente falou sobre os medicamentos é o protocolo precoce que foi instituído pelo Ministério da Saúde, não é só o presidente que fala. Têm diversos médicos defendendo isso, inclusive em Mato Grosso… Seremos cobaias vivas de testes dessas vacinas. E uma vacina que tem 50% de eficácia que foi feita em 6 meses. Gente, as melhores vacinas do mundo foram feitas em dois, 10 anos, para serem testados os efeitos no futuro. Hoje temos uma em 6 meses porque é o que tem. As pessoas estão desesperadas e se apegam a qualquer coisa”, disse durante entrevista aos jornalistas Antero Paes de Barros e Pedro Pinto de Oliveira, em março de 2021.
Discussão na Comissão
Durante debate sobre o piso salarial dos agentes comunitários, Abílio e o deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP) tiveram uma discussão em relação à presença do mascote da Programa Nacional de Imunizações do Brasil na Parada do Orgulho LGBT+, em São Paulo, no último domingo (11)
“Se o governo quer ser reconhecido pelo SUS, não é colocar bonequinho em parada gay que vai fazer ter esse reconhecimento”, reclamou Abílio.
Malafaia lembrou que o ícone da imunização foi esquecido pelo “governo negacionista” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O valor desse bonequinho chamado Zé Gotinha, que estava abandonado e que foi tratado de maneira completamente criminosa nos últimos quatro anos durante o governo Bolsonaro, certo, as campanhas vacinais desse país foram por água abaixo por conta de um governo negacionista”, declarou Malafaia antes de ser interrompido.