Jurídico

A despedida de uma gigante

Hoje (8) é aniversário da doutora Maria Cristina de Oliveira Simões, juíza de direito titular da 8ª. Vara Criminal da Comarca de Cuiabá/MT, onde exercia suas funções com esmero, dedicação, dignidade, competência e, acima de tudo, muito amor aos seus jurisdicionados, como fez em toda a sua carreira iniciada no ano de 1996.

Exercia, verbo conjugado no pretérito imperfeito e aqui escrito, porque na quinta-feira (7) passada se aposentou voluntariamente no cargo de magistrada após 27 anos de sua posse. Nascida em Tupã, Estado de São Paulo, que na mitologia tupi, significa “o trovão”, cultuado como divindade, doutora Maria Cristina seguiu os passos dos seus conterrâneos bandeirantes e veio emprestar sua sabedoria à magistratura nos rincões mato-grossenses.

Mulher de fibra, guerreira que jamais abandona a luta, pode ser reconhecida como uma Obá, orixá feminina das águas doces, exercendo seu domínio sobre as águas turbulentas e caudalosas dos rios. Para simbolizar toda a batalha pela qual passou e venceu acalmando sempre a turbulência, desafiando e vencendo Xangô, Oxalá, Orumilá, Obaluaé e Oxóssi. Foi vencida apenas por Ogum, o orixá da guerra, mas porque ele trapaceou. Casou com Xangô, o orixá da Justiça.

Deixando de lado a juíza, a Cris, como é chamada carinhosamente pelos mais próximos, tem temperamento forte, desafiador, mas também sempre está pronta para uma palavra de apoio e carinho. Personifica a resistência que habita em todas as mulheres, incentiva a luta feminina por direitos, respeito e seu lugar no mundo. Vigor e coragem são as suas marcas, com força extraordinária não teme a nada, defendendo aquilo em que acredita. 

Mas resiliência nunca lhe falta, na sua mais simples definição de ser a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças, sempre buscando desenvolver projetos que tragam sentido a sua existência, dentro ou fora da magistratura. Assim como não lhe falta a palavra espiritualizada, lembrando Chico Xavier: “Todas as coisas na Terra passam. Passarão, também, os dias de amargura e solidão. As dores e as lágrimas passarão”.

Siga doutora Maria Cristina para sua merecida pausa no exercício da magistratura, levando consigo todo nosso carinho, amor, respeito e consideração por tudo que representas nas nossas vidas, deixando para nós como legado o seu exemplo a ser seguido de uma mulher guerreira que faz a diferença. Vai Obá siré, “rainha poderosa”. 

 

 

 

 

Redação

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