Um homem com um mandado de prisão em aberto pelo homicídio de Ellen do Nascimento, de 21 anos, ocorrido em abril de 2022, em Brasnorte, a 580 km de Cuiabá, foi preso nessa quinta-feira (6), após ser flagrado junto com outro suspeito vendendo drogas em Barra do Bugres, a 169 km da capital.
Conforme as investigações, Ellen foi morta por membros de uma facção criminosa, que não gostaram de um vídeo que a jovem publicou no TikTok fazendo um símbolo com as mãos, que teria relação com uma facção rival à dos suspeitos do homicídio.
Outros dois investigados pela morte foram presos ainda no ano passado.
De acordo com a Polícia Civil, a prisão do terceiro suspeito ocorreu após os policiais receberem denúncia anônima sobre uma casa no Bairro Maracanã onde era realizado o comércio de drogas e também que estaria escondido um foragido da Justiça.
Com base nas informações, os policiais passaram a monitorar o endereço, flagrando o momento em que um traficante saiu para fazer uma entrega. Foi realizada a abordagem do suspeito, sendo encontrado com ele, porções de maconha, pasta base de cocaína, um pino de cocaína e R$ 500 em dinheiro.
Questionado, o suspeito confessou que havia mais drogas dentro da casa. Em buscas no local, diversas porções de maconha de diferentes tamanhos, porções de pasta base e de cocaína, além de pinos utilizados para armazenamento da droga para venda.
Na casa, também foi localizado o homem que estava foragido da Justiça por envolvimento na morte da de Elen. Os dois suspeitos foram encaminhados à Delegacia de Barra do Bugres, onde foram interrogados pelo delegado Márcio Portela e autuados em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico, além de ser dado cumprimento ao mandado de prisão contra o foragido.
Relembre o caso
Ellen estava desaparecida desde o dia 19 de abril de 2022 e foi encontrada morta em uma estrada na zona rural de Brasnorte, três dias depois. A vítima tinha marcas de tiro pelo corpo e estava com as mãos amarradas.
De acordo com a Polícia Civil, o corpo da jovem foi encontrado por um homem que trabalhava com um trator em um sítio da região. Ele acionou a polícia e, após a perícia, a vítima foi identificada.
Após o início das investigações, a Polícia Civil constatou que Ellen foi morta depois de publicar um vídeo dançando e fazendo um símbolo com as mãos que teria relação com uma facção rival à dos suspeitos do homicídio.
Segundo o delegado, seis integrantes estariam envolvidos de forma direta na morte da jovem e dois deles realizaram quatro disparos. Com o novo cumprimento do mandado de prisão, atualmente, os três envolvidos de forma direta no homicídio estão presos e outros dois integrantes também foram denunciados, mas não tiveram a prisão decretada por terem colaborado com a investigação, segundo a polícia. Eles respondem ao processo em liberdade.
A polícia informou que Ellen tinha amizade e relacionamento amoroso com integrantes da facção, mas não tinha envolvimento com crimes. A polícia acredita que o símbolo feito por ela durante a dança na rede social não foi intencional.
Um dos integrantes da organização disse à polícia que foi obrigado pelo grupo a ir até a casa da jovem e levá-la até o local onde ela foi amarrada. Posteriormente, a garota foi levada até a zona rural, onde foi executada, segundo a polícia.
Denúncia
O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) ofereceu denúncia contra os cinco envolvidos no assassinato de Ellen. Na denúncia, oferecida no dia 12 de maio de 2022, os cinco são acusados de homicídio com as qualificadoras de: motivo fútil; meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima, além de corrupção de menores, já que uma adolescente teria participado do crime.
O suposto envolvimento da menor de idade com o caso vai ser apurado em outros autos, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Segundo o MPE, dia 19 de abril de 2022, por volta das 23h50, um dos envolvidos ‘atraiu’ Ellen até a quitinete em que ele morava. Lá já estavam outras três pessoas do grupo e uma adolescente. A vítima foi vendada, amarrada e depois um dos criminosos chegou em um veículo e o grupo levou a vítima até o lugar onde ela foi morta.
Outros envolvido é apontado como a pessoa que fez os dois primeiros disparos e outro indiciado, os dois últimos.
