Jurídico

Magistrada mantém bloqueio de R$ 204 mil contra suposta líder de esquema

A juíza Célia Regina Vidotti, da Vara Especializada em Ações Coletivas, manteve o decreto que determinou o bloqueio de R$ 204 mil contra Jocilene Rodrigues de Assunção, acusada de liderar suposto esquema de desvios na Assembleia Legislativa e no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).

A decisão, publicada nesta quinta-feira (16), consta numa ação de improbidade administrativa oriunda da Operação Convescote, que apurou desvios de verbas a partir de convênios celebrados pela Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe) com os órgãos públicos.

Por meio de embargos declaratórios, Jocilene alegou que a juíza, em decisão anterior, deixou de analisar seu pedido para revogação da indisponibilidade de bens.

No entanto, conforme a magistrada, o pleito – que também foi requerido por outros réus – foi devidamente julgado e negado por ela, que apenas não citou o nome da investigada na decisão.

Para Vidotti, "a indisponibilidade de bens prevista na Lei nº 8.429/92, possui matriz constitucional, com o objetivo de assegurar a eficácia dos provimentos condenatórios de cunho pecuniário em sua integralidade, evitando-se práticas ostensivas, fraudulentas ou simuladas de dissipação patrimonial por parte do agente ímprobo".

Desta forma, a juíza julgou os embargos parcialmente procedentes, apenas para incluir o nome de Jocilene na parte dispositiva da decisão questionada, negando o desbloqueio de bens.

O caso

Segundo o Ministério Público, entre os anos de 2015 e 2017, a organização criminosa que teria “saqueado” os cofres públicos. O esquema teria sido chefiado por Marcos José, na época secretário-executivo de Administração do TCE, e pela sua esposa Jocilene Rodrigues, então funcionária da Faespe.

O desvio foi possível com a participação de empresas “fantasmas”. Contratadas pela Faespe para prestar serviços de apoio administrativo, essas empresas teriam emitido diversas notas fiscais “frias”, a fim de darem legalidade aos serviços que nunca foram prestados.

Na referida ação, é investigado o envolvimento da empresa João Paulo Silva Queiroz-ME no desvio de mais de R$ 204 mil, a partir dos convênios.

Além dos citados, também fazem parte do polo passivo, Claudio Roberto Borges Sassioto, Marcos Antonio de Souza, Lazaro Romualdo Gonçalves de Amorim; Sued Luz, espólio de Drieli Azeredo Ribas e João Paulo Silva Queiroz.

O caso é apurado tanto na esfera cível quanto na criminal.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.