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Assassino nega intenção de matar ex e diz que andava com faca por medo de facção

Réu confesso do feminicídio de Emilly Bispo da Cruz, 20 anos, Antônio Aluízio da Conceição, 21, disse em depoimento que não tinha intenção de matar a jovem, mas que levou uma faca para ir conversar com a vítima por medo da facção criminosa Comando Vermelho, já que, segundo ele, ela dizia que "tinha o Comando por ela".

Antônio se entregou à polícia alegando que estava com medo de ser morto. Ele prestou depoimento já por volta das 21h45 e confessou que matou Emilly, alegando que o motivo foram as traições da vítima.

Ele relatou que conheceu a jovem em dezembro de 2021 e foram namorados. Eles terminaram o relacionamento por duas vezes, a primeira vez após cinco ou seis meses e a segunda vez há 24 dias.

O rapaz disse que tinha ciúmes dos amigos e ficantes anteriores de Emilly. Ele contou sobre um episódio em que ela forneceu a senha de seu celular para que ele tirasse uma foto, e ele gravou a combinação na cabeça. Em outra ocasião ele aproveitou o momento que a vítima foi fazer pipoca e desbloqueou seu celular, encontrando mensagens da vítima com alguns rapazes em aplicativos e redes sociais.

Eles se desentenderam por causa disso e esta foi a primeira vez que terminaram. Antônio nega ter agredido a vítima neste dia e disse que apenas a ameaçou de morte “da boca pra fora”, mas pediu desculpas no mesmo dia.

Sobre o último término, ele relatou que a vítima estava passando dificuldades financeiras, que não sabia se queria continuar namorando e ele então sugeriu que se casassem. No entanto, Emilly não lhe deu resposta e ainda o bloqueou nas redes sociais e WhastApp, isso na semana passada.

Há uma semana, enquanto passava pela Avenida Beira Rio em Cuiabá, viu a jovem em uma tabacaria. Ele foi conversar com ela para saber a resposta quanto ao pedido de casamento, mas a vítima não falou nada e ele acabou se desentendendo com amigos dela.

Após se agrediram Antônio subiu em sua moto e foi embora. O assassino disse que por não ter obtido resposta de Emilly e por ter conhecimento de que ela estava ficando com outro rapaz, ficou transtornado e resolveu procurá-la nesta quinta-feira (17).

Ele pediu uma moto emprestada a um amigo e por volta das 6h da manhã saiu de casa com uma faca na cintura. Antônio foi até o bairro da vítima, pois já sabia da rotina dela de levar o filho para a creche, passou perto da avenida e a viu com a criança.

O feminicida se aproximou da vítima e disse "cara preciso conversar com você!", se referindo, novamente, ao pedido de casamento, e também querendo saber o motivo de estar ficando com outro homem.

Emilly, porém, teria começado a gritar “socorro, me ajuda!” e neste momento Antônio tampou a boca dela com as mãos, dizendo para que parasse de gritar. Ele foi puxando a vítima, para que se acalmasse, mas ela continuava a gritar e por isso ficou com raiva, sacou a faca e atacoou a jovem.

No interrogatório ele afirmou que está arrependido e que “não saí de casa com a intenção de matar a vítima, mas de tentar entender o que estava acontecendo ou reconciliar com a vítima".

Questionado então sobre o motivo de levar uma faca para encontrar Emilly, Antônio disse que levou para se defender caso algum membro de facção criminosa interferisse na situação, já que a vítima costumava dizer que “tinha o Comando por ela” e que nas quitinetes onde morava havia gente do CV.

Por fim disse ainda que não é membro de facção criminosa. O interrogatório foi encerrado às 22:51.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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