Representantes de setores ligados ao turismo em Mato Grosso comemoram anúncio do Governo Federal sobre a criação do programa “Voa Brasil”. Ainda em fase de desenvolvimento, o projeto permitirá que estudantes, aposentados, pensionistas e servidores públicos adquiram passagens aéreas a R$ 200 e com condições atrativas de parcelamento. O entendimento é que a medida aumente o número de viajantes interessados em explorar as belezas naturais do estado, fomentando a economia regional.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Mato Grosso (ABIH-MT), Jair Mariano, a iniciativa é fundamental para que o segmento acelere a recuperação dos prejuízos provocados pela pandemia do coronavírus.
“No Brasil, o maior custo nas viagens é com o transporte, então todas as iniciativas que busquem popularizá-lo acaba impactando positivamente toda a cadeia econômica vinculada ao turismo no nosso estado, especialmente se atingir outros destinos além da capital, como Alta Floresta, Sinop, Rondonópolis, que hoje sentem com os valores elevados das tarifas”, comenta.
O programa é a oportunidade que a professora aposentada Vanda Souza, 73, esperava para visitar parentes em Mato Grosso do Sul e conhecer novos destinos pelo país afora. A previsão é de que quase 12 milhões de passagens sejam emitidas por ano dentro do “Voa Brasil”.
“Envelhecer no nosso país não é fácil porque somos bombardeados por preços altos de medicamentos, planos de saúde, entre outras despesas que comprometem boa parte da renda. A elaboração de um programa que busca reparar, pelo menos em partes, essa perda na qualidade de vida para as pessoas da nossa faixa etária é muito bem-vinda”, avalia a pedagoga.
Desconfiança
Por outro lado, o formato do programa ainda gera incertezas em parte da população. A presidente do Sindicato das Empresas de Eventos e Afins do Estado de Mato Grosso (Sindieventos-MT), Alcimar Moretti, entende que a concessão do benefício para grupos restritos pode onerar o valor dos tickets aéreos para o público geral, causando efeito prejudicial à economia.
“Se as empresas tiram de um lado, naturalmente, a outra parte dos consumidores – bem mais numerosa – terá que arcar com o repasse dos custos. Dessa forma, muitas pessoas e empresas podem ser penalizadas por essa medida. Uma ação mais efetiva seria a redução de impostos, o que atingiria a todos os públicos”.