Cerca de 40 denúncias foram registradas, desde sexta-feira (10), contra o empresário Flávio Leite Martins Mendes por um suposto esquema de pirâmide financeira em Cuiabá, de acordo com a Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon). Ao menos 30 clientes se uniram em um grupo de mensagens, onde relataram prejuízos que variam de R$ 161,8 mil a R$ 210 mil.
O empresário informou que as denúncias não procedem e que os clientes que acionaram a polícia serão responsabilizados criminalmente. "Essas denúncias são infundadas e feitas por pessoas mal intencionadas", disse. A defesa do empresário também disse que há "pessoas oportunistas com interesses secundários para denigrir a empresa e o empresário para ter benefícios", explicou.
O suposto golpe ocorria da seguinte maneira: um representante da empresa abordava o possível cliente e oferecia uma oportunidade de investimento em que a pessoa aplicava um valor, que seria devolvido integralmente a ela depois e ela ainda receberia o equivalente a 3% do montante em parcelas. Conforme boletim de ocorrência, um dos contratos firmados era de R$ 85 mil, no qual o cliente receberia 12 parcelas de R$ 4.854.
Um dos clientes, que não quis ser identificado, contou que o empresário detém duas empresas, a Zion Interprise — que fica em Cuiabá — e a Fab Block – na região metropolitana, em Várzea Grande -, sendo que esta última era onde o dinheiro era aplicado. O valor era usado, conforme denúncia, para aquisição de blocos de construção civil.
Outro contrato, segundo a denúncia, dizia que, com total de R$ 35 mil, teria um rendimento mensal de R$ 1.050 também por 12 meses. Contudo, o denunciante alegou que foram repassados valores apenas durante dois meses, o que levantou as suspeitas de que ele teria caído em um golpe e, por isso, procurou a polícia. Ao entrar em contato com o empresário, o cliente foi informado de que teria o dinheiro repassado, mas o valor não foi quitado, segundo ele, até a última atualização desta reportagem.
Outra denúncia, também feita por um cliente que não quis ser identificado, apontou que uma das opções oferecidas pelo empresário era de investir R$ 15 mil em dinheiro com a proposta de receber, daqui a dois anos, R$ 48 mil.
Os acordos foram firmados a partir de setembro do ano passado, mas, em novembro, alguns clientes começaram a desconfiar do rendimento dos investimentos. Segundo um dos clientes, a justificativa para o atraso do repasse era de que a empresa passava por dificuldades financeiras e iria se recuperar em 90 dias. Contudo, desde então, não houve mais repasses e os clientes alegaram prejuízos financeiros.
A polícia investiga o caso, que está sob sigilo, e orientou à população para que, quem se sentir lesado procure a delegacia localizada na Avenida Dante Martins de Oliveira, no Bairro Planalto.