Um homem de 36 anos, foi preso, neste sábado (11), em Pontes e Lacerda, a 483 km de Cuiabá, de acordo com a Polícia Civil, por envolvimento na escavação de um túnel de 30 metros de extensão sentido à Penitenciária Central do Estado (PCE), no ano passado. O suspeito seria o líder do grupo e era procurado pela polícia desde a deflagração da Operação Armadillo, em que foram cumpridos 21 mandados contra os envolvidos na obra do túnel.
A polícia localizou o suspeito próximo à rodoviária da cidade, em um estabelecimento comercial. Na abordagem, ele ainda apresentou documentos falsos, como CPF e título eleitoral. Ele foi encaminhado à delegacia e contou que pagou R$ 10 mil para conseguir aqueles documentos.
Entre outros presos envolvidos no caso, está um engenheiro civil, Anderson Ramos da Cruz, e da presidente da Associação de Amigos e Parentes de Presos de Rondonópolis, Luiza Vieira da Costa, suspeitos de participarem das organizações da escavação, de acordo com a polícia.
No dia 27 de janeiro deste ano, a Justiça manteve a prisão dos dois investigados. Conforme a polícia, o engenheiro seria o responsável pela estrutura do túnel. Já a mulher seria quem contratou os garimpeiros do Piauí para o trabalho.
Em relação à presidente da associação, o grupo informou, em nota, que lamenta o ocorrido e disse que aguarda a conclusão da investigação. "A associação foi criada para ajudar o próximo o menos favorecido, sem realizar nem uma atividade ilícita, e acredita na inocência de todos membros que ali prestam serviços voluntários tentando ajudar o mais necessitado”, disse.
Túnel
Em setembro do ano passado, a polícia deteve 12 pessoas – entre elas, três adolescentes – por trabalharem na construção de uma passagem subterrânea que começava dentro de uma casa no Bairro Jardim Industriário, na capital. Eles vieram do Piauí para Mato Grosso para atuarem na obra. O local foi descoberto pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) a partir de uma denúncia anônima.
Através do túnel, o plano era passar por 250 metros em linha reta, até chegar à penitenciária. A missão era construir essa passagem para libertar presos perigosos, chefes de organizações criminosas na PCE.
Conforme a polícia, alguns dos envolvidos já tinham experiência em atividades de garimpo e com trabalho em escavações.
As investigações também apontaram que uma simulação de venda do imóvel foi realizada para iniciar a construção do túnel. Segundo a polícia, foram cerca de 20 dias de escavação até serem descobertos.
Investigação
Com o desenrolar da investigaçaõ, a Polícia Civil identificou outras oito pessoas envolvidas no planejamento e execução do plano de fuga frustrado. Além das prisões, a Justiça determinou 12 mandados de busca e apreensão e uma ordem de sequestro de imóvel. As ordens foram cumpridas em Cuiabá, Rondonópolis, Bahia e Piauí.
Durante a segunda fase da investigação, os integrantes da organização responsáveis por toda a logística do plano de escavação foram presos. Eles também organizavam o recrutamento dos trabalhadores até a execução da obra.