Declarações do Lula e de seu entorno têm causado grande preocupação. Talvez a mais importante seja a manifestação de total desrespeito do presidente eleito pelas finanças do País. Ele não se cansa de repetir o compromisso com as pessoas mais pobres, dizendo que precisa olhar muito mais pelos desvalidos que se preocupar com a contenção de gastos e o orçamento da União.
Ora, veja que infantilidade. A condição básica para ajudar os pobres é ter uma situação financeira sadia do País, pois somente assim haverá dinheiro que pode ser revertido para as necessidades mais básicas da população carente.
Outra coisa que incomoda é a tendência de inchar o Estado aumentando em 60% o número de ministérios, passando de 23 no atual governo para 37 no próximo. Além disso se posiciona firmemente contra as privatizações, abortando até as que já estão em andamento.
Pelo que temos visto até aqui no grupo montado para a transição há uma evidente despreocupação com a contenção de gastos manifestada no incondicional apoio à PEC da gastança, aquela que despreza o limite de gastos que foi aprovada no governo do Michel Temer.
Para conseguir dinheiro que a máquina esbanjadora requer e auxiliar os mais pobres o Presidente pode seguir alguns péssimos caminhos. O primeiro é abusar do endividamento público; outro convencer o CMN a emitir mais moeda ou ainda aumentar os impostos.
Todos eles levam a um final trágico: a emissão de moeda e o endividamento causarão uma inflação descontrolada que penalizará principalmente os pobres que se quer ajudar.
Quanto aos impostos sabe-se que existe um nível suportável a partir do qual há um desarranjo na economia. Se forem exigidos mais que o tolerável os contribuintes passam a criar formas de sonegar porque o custo é tão grande que compensa correr o risco de ser pego na fraude.
Há ainda a “Janjofilia” ou amor juvenil do Lula pela atual esposa Janja. Ela o acompanha em quase todos os compromissos, ocupando lugar de destaque nas mesas políticas. Jornais relatam sua influência na escolha de alguns ministros e também no segundo escalão, principalmente na área social.
A ascendência que ela tem sobre o Lula lembra o começo do governo Bolsonaro, quando os filhos 01,02 e 03 viviam criando confusão com os ministros escolhidos, sendo, afinal, obrigados a se afastar dos holofotes para evitar novos problemas.
A Janja está tão empolgada com o “primeiro-damismo” que tomou pra si a incumbência de organizar a festa da posse. Consta que será grandiosa: mais de vinte cantores e cantoras se apresentarão e 150 drones farão coreografias durante os espetáculos. Todo este desperdício de dinheiro só para incensar o Presidente e criar um novo “mito” para substituir o que está saindo.
Nunca antes na história deste País os pobres viram tanta ostentação em uma posse presidencial. Mais esnobe que isto, só os jogadores da seleção brasileira comendo bife banhado a ouro no Catar ao custo de nove mil reais o prato.
O casal real retoma a política do panem et circenses (pão e circo) dos romanos. O circo já está sendo armado na esplanada dos ministérios, depois vem o pão. Se sobrar dinheiro.
Renato de Paiva Pereira – empresário e escritor