Cidades

Oito empresários de MT que tiveram contas bloqueadas por Moraes doaram R$ 887 mil à campanha de Bolsonaro

Oito empresários de Mato Grosso que tiveram as contas bancárias bloqueadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram responsáveis pela doação de R$ 887.223,22 à campanha de Jair Bolsonaro (PL), que correu à reeleição e foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recebeu 50,9% dos votos. Das 43 pessoas jurídicas e físicas listadas por suspeita de financiar e organizar atos antidemocráticos, 34 são do estado.

O maior valor – R$ 500 mil – foi enviado pelo empresário Atílio Elias Rovaris. Ele é dono da Transportadora Rovaris Ltda, de Sorriso, a 420 km de Cuiabá. O montate, enviado no dia 11 de outubro – ou seja, já no segundo turno das eleições – corresponde a 0,45% da receita total usada pela campanha de Bolsonaro, segundo a Justiça Eleitoral.

Também de Sorriso, foram recebidas outras quatro doações. Empresários de Cuiabá, Água Boa e Nova Mutum, a 736 km e 263 km da capital, respectivamente, também enviaram dinheiro à campanha

Veja os detalhes de todas as doações registradas abaixo:

 

  • Atílio Elias Rodavis – Transportadora Rovaris Ltda: R$ 500.000,00 em 11/10;
  • Ilo Pozzobon – Fermap Transportes Ltda.: R$ 2.222,22 em 13/09; R$ 22.222,22 em 11/10; R$ 97.777,78 em 26/10 – Total: R$ 122.222,22;
  • Sérgio BedinR$ 50.000,00 em 20/9; R$ 50.000,00 em 13/10 – Total: R$ 100.000,00;
  • Darci Potrich – Potrich Transportes Ltda.: R$ 35.000,00 em 13/10;
  • Moyses Antonio Bocchi – Berrante de Ouro Transportes Ltda.: R$ 1,00 em 12/9; R$ 30.000,00 em 24/10 – Total: R$ 30.001,00;
  • Gerson Luis Garbuio – Agritex Comercial Agrícola Ltda e Vape Transportes Ltda, de Água Boa: R$ 50.000,00 em 29/8;
  • Denis Ogliari – Muriana Transportes Ltda, de Nova Mutum: R$ 30.000,00 em 13/10;
  • Diomar Pedrassani – Dralafe Transportes de Carga Ltda, de Cuiabá: R$ 20.000,00 em 17/10.

 

Bloqueio de contas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio de contas ligadas a 43 pessoas físicas e jurídicas suspeitas de ligação com os atos democráticos que questionam o resultado das eleições. A decisão foi tomada na sexta-feira (12).

Conforme o ministro, o bloqueio nas contas tem o objetivo de frear a utilização de recursos para financiar atos ilícitos e antidemocráticos.

A decisão abrange pessoas supostamente envolvidas nos bloqueios ilegais feitos em rodovias, manifestações antidemocráticas e com pautas inconstitucionais em frente a quartéis do Exército. Segundo Moraes, a Polícia Federal deve tomar o depoimento de todos os alvos em um prazo de dez dias.

O deslocamento “inautêntico e coordenado” de caminhões para Brasília para “ilícita reunião nos arredores do Quartel General do Exército, com fins de rompimento da ordem constitucional”, de acordo com o ministro, pode configurar o crime de Abolição Violenta ao Estado Democrático de Direito, que consta no art. 359-L do Código Penal.

Apuração da PRF

O ministro reforçou na decisão que a Polícia Rodoviária Federal apontou que empresários estariam financiando os atos antidemocráticos com o fornecimento de estrutura completa, refeições, banheiros e barracas.

Para Moraes, o exercício de greve, de reuniões e passeatas não pode ferir outros direitos coletivos.

“Os movimentos reinvidicatórios, de empregadores e trabalhadores, não podem obstar o exercício por parte do restante da sociedade, dos demais direitos fundamentis, configurando-se, clareamento abusivo, o exercício desses direitos que impeçam o livre acesso das demais pessoas aos aeroportos, rodovias e hospitais, por exemplo, em flagrante desrespeito à liberdade constitucional de locomoção (ir e vir), colocando em risco a harmonia, a segurança e a Saúde Pública, como na presente hipótese”, concluiu.

Novas manifestações

Nesta sexta-feira (18), novos atos antidemocráticos voltaram a ser registrados em Mato Grosso. Segundo a Concessionária Rota do Oeste e a Polícia Rodoviária Federal, pontos da BR-163 em Diamantino, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Pontes e Lacerda foram fechados pelos manifestantes. Em alguns locais, os bolsonaristas atearam fogo em pneus e jogaram óleo na pista.

A Polícia Rodoviária Federal informou que as equipes estão trabalhando para desobstruir os trechos e devem direcionar força total às localidades, com medidas administrativas e judiciais e, se necessário, será feito o uso da força.

"A Polícia Rodoviária Federal tem o compromisso constitucional de garantir a ordem e manter a livre circulação que, especialmente, garante o direito de ir e vir de todo cidadão mato-grossense", disse o superintendente da PRF em Mato Grosso, Francisco Elcio Lucena.

Já em Tangará da Serra, manifestantes fecharam a MT-358 e as aulas presenciais no campus da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) foram suspensas. Segundo a instituição, as atividades serão desenvolvidas online.

As manifestações começaram no final de outubro, depois da apuração dos votos. Elas perderam força depois que o ministro Alexandre de Moraes autorizar que a PRF e as forças de segurança estaduais agissem para desbloquear as vias. No Estado, mais de 30 trechos de rodovias federais foram fechados por pessoas que não aceitaram o resultado nas urnas.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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