Cidades

MT foi responsável por 74% da degradação na Amazônia Legal, aponta pesquisa

Mato Grosso atingiu o maior nível de degradação de florestas dos últimos 15 anos e foi responsável por 74% da degeneração nos estados da Amazônia Legal, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (26) e traz dados referentes a setembro de 2022.

Na Amazônia Legal, ao todo, foram degradados, no período, 9.069 km² e o estado é o primeiro no ranking em degradação, com 6.711 km². Segundo o estudo, o avanço de atividades exploratórias, como a mineração, extração de madeira e o agronegócio, contribuíram para o índice, além do crescimento da violência no campo.

A maioria dos casos de degradação ocorreu em municípios da região norte do estado, localizados no chamado “arco do desmatamento” na Amazônia Legal, conforme a pesquisa.

Em nota, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT) disse que os dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que os alertas de desmatamento no período de janeiro a setembro de 2022 reduziu em 47% em relação ao mesmo período do ano anterior e que dados oficiais de desmatamento utilizados pela Sema são os disponibilizados pelo instituto. (Confira nota na íntegra ao final da reportagem)

De acordo com o Imazon, a incidência de áreas degradadas em Mato Grosso vem crescendo desde 2018. De janeiro a setembro de 2008 a 2014, houve registro de 288 km² a 581,5 km² danificados em cada ano. Em 2021, no mesmo período, saltou de 863 km² para 1.326 km².

O território classificado como degradado, segundo o Imazon, é aquele que não foi totalmente destruído. Com isso, há espaço para a exploração de madeireira, garimpos, abertura e construção de estradas, ocupação ilegal, dentre outras atividades irregulares.

Conflitos no campo

Segundo levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT), houve um aumento de 33% no registro de conflitos no campo no primeiro semestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado.

O instituto explica que a violência nos territórios é um dos mecanismos de ocupação da terra depois da sua destruição.

O relatório “Conflitos no Campo Brasil 2021”, divulgado pela CPT, mostra que foram registrados 108 ocorrências de conflitos agrários em Mato Grosso. A maioria, de acordo com a publicação, tem como motivação a disputa por terras e grande parte foi identificada em terras indígenas, como no Parque Indígena do Xingu e nos territórios dos povos Piripkura, Kayabi, Manoki, Panará.

Há ainda relatos de conflitos em reservas extrativistas (Resex), como a Reserva Guariba-Roosevelt, entre Aripuanã e Colniza, e assentamentos em Colíder, Tapurah, Tangará da Serra e Várzea Grande.

Nota da Sema na íntegra

Os dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real do Instituto de Pesquisas Espaciais (Deter/Inpe) mostram que os alertas de desmatamento no período de janeiro a setembro de 2022 reduziu em 47% em relação ao mesmo período do ano anterior em Mato Grosso. Os dados oficiais de desmatamento utilizados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente são os disponibilizados pelo Inpe.

Mato Grosso é destaque nacional pelo melhor desempenho no combate ao desmatamento ilegal entre os estados da Amazônia, conforme levantamento do MapBiomas, que apontou que o estado agiu em 62% da área em que foi identificado algum alerta de desmate.

O Governo de Mato Grosso investiu mais de R$ 165 milhões na prevenção de incêndios florestais e desmatamento ilegal em todo o estado, desde o início da atual gestão. Em 2022, são R$60 milhões para aquisições e operações ambientais. Metade deste aporte (R$30 milhões) é aplicado diretamente nas ações de prevenção e combate ostensivo aos incêndios florestais, com o foco de mitigar a degradação ambiental.

A Sema atua o ano todo na prevenção e combate aos crimes ambientais monitorando todo o território por imagens de satélite de alta resolução, multando e embargando áreas por fiscalização presencial e remota. Em 2022, O Governo do estado aplicou 1,135 bilhão em multas por crimes ambientais, embargou uma área de 173 mil hectares, expediu 2250 autos de infração e atendeu 6788 alertas de desmatamento.

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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