O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) voltou a dizer que quer "eleições limpas e transparentes", a criticar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a atacar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As declarações foram feitas durante uma live nesta terça-feira (27).
"O primeiro turno existe exatamente para votar em quem você acha que deve votar. E o segundo turno é ter opção, e sempre tem, o melhor ou menos ruim. E eu peço a você: não anule, não se abstenha, não vote em branco", disse Bolsonaro.
Em outro momento, Bolsonaro atacou o candidato petista ao Palácio do Planalto. "Essa semana o Lula declara que vai entrar na Justiça e requerer indenização pelo período que esteve preso. Se o Lula entrar na Justiça, e se cair no Supremo, a gente sabe que o Supremo, a princípio, vai dar causa para ele. Ele tem a maioria lá dentro, então, tem tudo para ganhar uma indenização bilionária", afirmou o presidente.
O TSE proibiu Bolsonaro de gravar e de transmitir lives que promovam sua campanha eleitoral e de aliados que usem recursos públicos ou as dependências dos palácios da Alvorada e do Planalto. Bolsonaro não disse de onde gravou a live desta terça. Procurada, a Secretaria de Comunicação também não informou.
Uma reportagem divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo afirma que a Polícia Federal encontrou no telefone do principal ajudante de ordens de Bolsonaro mensagens que levantaram suspeitas de investigadores sobre transações financeiras feitas no gabinete do presidente.
Áudios, fotos e conversas por escrito do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid com demais funcionários sugerem a existência de depósitos fracionados e saques em dinheiro. O material indica que as movimentações financeiras se destinavam a pagar contas pessoais da família presidencial.
Bolsonaro comentou o caso durante a live. "Essas contas aí, eu vou chutar aqui, não sei, deve dar uns R$ 12 mil por mês. Aí, o Alexandre de Moraes botou o Cid no inquérito das fake news e quebrou o sigilo telemático dele. Estão lá conversas do Cid com minha esposa, comigo, demais ajudantes de ordem", disse.
Na sequência, o candidato afirma que Moraes vazou o inquérito para a imprensa. Ainda segundo a reportagem, a quebra de sigilo do ajudante de ordens de Bolsonaro, na verdade, atendeu a um pedido da Polícia Federal. "Não vem com esse papinho que foi a PF, não. Esse pessoal da PF, Alexandre de Moraes, come na tua mão. Vazou. Na reta final. Por quê? Criar clima, constranger o ajudante de ordem", argumenta Bolsonaro.
"Eu não vou adjetivar aqui porque tenho vergonha de falar o adjetivo que merece o Alexandre de Moraes. Ele vaza isso para a imprensa para constranger a mim", afirmou o presidente.
"Você mexer comigo é uma coisa. Você mexer com a minha esposa, você ultrapassou todos os limites, Alexandre de Moraes. Todos os limites. Está pensando o quê da vida? Que pode tudo, e tudo bem? Vai dar uma canetada e me prender? É isso que passa pela sua cabeça? É uma covardia", completou o presidente.
Procurado, o ministro Alexandre de Moraes ainda não se pronunciou até a última atualização desta reportagem. O espaço continua aberto a uma possível manifestação.