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‘Será cremado no país que amava’, diz viúva de jornalista assassinado na Amazônia

Alessandra Sampaio, a viúva de Dom Phillips, disse que a família vai seguir atenta às investigações do assassinato no Vale do Javari, no Amazonas, e ressaltou que o jornalista vai ser cremado no Brasil, país em que ele escolheu viver. Ela fez um pronunciamento durante o velório de Dom, neste domingo (26), em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

"Hoje, Dom será cremado no país que amava, seu lar escolhido, o Brasil. O dia de hoje é de luto. Dom era uma pessoa muito especial, não apenas por defender aquilo que acreditava como profissional, mas também por ter um coração enorme e um grande amor pela humanidade", disse.

O velório foi acompanhado pela família brasileira e britânica do jornalista, bem como por amigos e ativistas. Alessandra agradeceu o empenho dos envolvidos nas buscas dos corpos do marido e do indigenista Bruno Pereira, à imprensa e aos povos indígenas.

"Agradeço imensamente à imprensa e aos amigos jornalistas que têm sido fundamentais nos esforços de apuração do caso, na cobrança por transparência nas investigações e na mobilização que permitiu que chegássemos todos até aqui. Eu também agradeço de coração a todas as pessoas que se solidarizaram com Dom, com Bruno, com nossas famílias e amigos, aqui no Brasil e em outros países", agradeceu Alessandra.

"Seguiremos atentos a todos os desdobramentos das investigações, exigindo justiça no significado mais abrangente do termo. Renovamos nossa luta para que nossa dor e da família de Bruno Pereira não se repita, como também a de outras famílias de jornalistas e defensores do meio ambiente que seguem em risco. Seguem em risco. Descansem em paz, Bruno e Dom."

Investigação

Até o momento, quatro pessoas suspeitas de participação no crime foram presas. Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", confessou ter cometido o crime e indicou o local onde os corpos haviam sido enterrados. O irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, também foi preso.

No dia 18, Jefferson da Silva Lima foi preso em Atalaia do Norte e, segundo depoimento, confessou ter ajudado na ocultação dos corpos. Cinco dias depois, na quinta-feira (23), Gabriel Pereira Dantas se entregou à polícia em São Paulo. Ele disse ter pilotado a canoa que Amarildo usou na execução do crime.

A PF já concluiu que não há mandante nem organização criminosa por trás das mortes, mas outras cinco pessoas passaram a ser monitoradas pelos investigadores.

O indigenista e o jornalista foram vistos na região pela última vez no dia 5 de junho. Os restos mortais foram encontrados em 15 de junho. No dia seguinte, foram levados para Brasília, onde os corpos foram periciados e identificados pelo Instituto Nacional de Criminalística.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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