Nacional

Varíola dos macacos: Rio confirma 1º caso e SP registra 3º paciente

O governo de São Paulo confirmou na noite de terça-feira, 14, o terceiro caso de varíola dos macacos no Estado. Trata-se de um homem da capital paulista de 31 anos, que está internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas com bom quadro clínico. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro também confirmou nesta quarta-feira, 15, o primeiro caso da doença na cidade. Com as duas notificações, já são cinco casos confirmados no Brasil. Ao menos dez casos suspeitos permanecem sob investigação no País.

O terceiro caso de São Paulo é considerado importado, já que tem histórico de viagem para países da Europa, e foi confirmado após análise do Instituto Adolfo Lutz. A Vigilância Epidemiológica do município, em parceria com o Estado, monitora o caso e seus respectivos contatos. Na última semana, São Paulo já havia confirmado outros dois casos importados, um da capital paulista e outro de Vinhedo.

Já o primeiro caso do Rio é um homem brasileiro, de 38 anos, residente em Londres, que chegou ao Brasil no sábado, 11, e procurou atendimento médico no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) no dia seguinte. "Amostras clínicas foram encaminhadas ao Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), referência nacional. O resultado positivo para a doença foi liberado na terça-feira", informou em nota.

Segundo a secretária carioca, o paciente apresenta sintomas leves. Está em isolamento domiciliar e sob o monitoramento da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS-Rio). Além dele, todos os seus cinco contactantes estão em investigação para orientações e monitoramento.

A pasta reforça que mantém vigilância ativa para detecção oportuna de casos da doença" no município do Rio. "Também está monitorando o cenário epidemiológico nacional e internacional mantendo as unidades de saúde informadas e orientadas para vigilância, alerta e resposta a eventos de saúde pública", acrescentou.

Além deste caso no Rio de Janeiro e da terceira confirmação em São Paulo, o Ministério da Saúde já havia confirmado outros três casos da doença no Brasil, sendo dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul.

O primeiro caso da doença na capital paulista foi confirmado na quinta-feira passada, 9. O paciente é um homem de 41 anos, que mora na capital paulista e tem histórico de viagem para Portugal e Espanha. Ele está internado no Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

A segunda confirmação, também em São Paulo, trata-se de um homem de 29 anos que viajou recentemente para a Europa e agora está isolado em sua casa, localizada em Vinhedo, no interior do Estado.

Já o terceiro caso, no Rio Grande do Sul, foi confirmado no domingo, 12, pelo Ministério da Saúde. O infectado é um homem de 51 anos, que retornou ao Brasil na sexta-feira passada, 10, de uma viagem para Portugal. O paciente está em isolamento domiciliar, apresenta quadro clínico estável, sem complicações, e está sendo monitorado pelas Secretarias de Saúde do Estado e do Município.

No mundo

O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica. Desde então, países da Europa, assim como Estados Unidos, Canadá e Austrália, confirmaram casos. Ao menos 1,5 mil casos já foram confirmados.

Transmissão

Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%.

O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.

Sintomas

Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a OMS, os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias.

Prevenção

Segundo o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem.

Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas.

A OMS afirma trabalhar em estreita colaboração com países onde foram relatados casos da doença viral.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está pedindo reforço de medidas não farmacológicas, como distanciamento, uso de máscara e higienização frequente de mãos, em aeroportos e aeronaves, para retardar a entrada do vírus da varíola dos macacos no Brasil.

 

 

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus