Um estudo, publicado na revista científica Movement Disorders, descobriu que o SARS-CoV-2, o vírus responsável pelo Covid-19, aumenta o risco de perturbação cerebral, como a que se assiste na doença de Parkinson.
"O Parkinson é uma doença rara que afeta 2% da população acima dos 55 anos, pelo que o aumento do risco não é necessariamente motivo de pânico", ressaltou Richard Smeyne, Director da Universidade Thomas Jefferson, nos Estados Unidos, citado pelos meios internacionais. Ainda assim, defende que "compreender a forma como o coronavirus tem impacto no cérebro pode ajudar-nos a preparar para as consequências a longo prazo desta pandemia".
O estudo foi conduzido em ratos geneticamente modificados, com o recetor humano ACE2. Os investigadores concluíram que o coronavírus estava tornando o cérebro mais suscetível a uma toxina que induz a perda de células nervosas observada na doença de Parkinson.
Os animais foram propositadamente infectados com SARS-CoV-2. Um mês após os sobreviventes (80%) terem recuperado, um grupo foi injetado com uma dose baixa de MPTP, que normalmente não causaria qualquer perda de neurônios. Já o grupo de controlo recebeu soro fisiológico.
Duas semanas depois, através de uma análise aos cérebros dos ratos, os cientistas descobriram que a infecção por Covid-19 não causou, por si só, qualquer efeito nos neurônios dopaminérgicos nos gânglios da base. No entanto, os ratos que receberam uma dose baixa de MPTP após recuperarem da infecção demonstraram o padrão clássico de perda de neurônios observada na doença de Parkinson.