Opinião

Reminiscências: 10 anos de CIRCUITO MATO GROSSO

Em 2009, por indicação de um amigo, Paulo Pitaluga, cheguei ao jornal Circuito Mato Grosso. Dias depois, na Casa do Parque, uma conversa com Flávia Salem, hoje uma grande amiga, selou minha entrada: definição da temática (povos indígenas), do nome da coluna (Terra Brasilis), número de caracteres (2060), data de envio do texto (quarta-feira) e minha foto, de autoria de Rai Reis. Antes, o semanário Circuito Mato Grosso já me era familiar: conhecia alguns postos de distribuição e, vez por outra, ao parar nos semáforos da cidade de Cuiabá, jovens faziam a entrega aos interessados.

A coluna Terra Brasilis iniciou na semana de 24 a 30.05.2012 com a crônica “Estreando”. O texto explicou a origem do nome, oriundo de um mapa de 1519 elaborado pelos cartógrafos portugueses Pedro e Jorge Reinel, documento que oferece detalhes preciosos do litoral brasileiro, do Amazonas ao Rio da Prata. Traz também imagens de indígenas no árduo trabalho da extração do pau-brasil.

Após a última crônica impressa, de 20 a 26.09.2018, o jornal Circuito Mato Grosso passou a ser somente on-line. Para além da enorme facilidade de circulação que o meio digital oferece, trouxe mais flexibilização na data de envio da crônica ao editor, no número de crônicas por semana, na quantidade de caracteres. Na primeira versão on-line, em 04.10.2018, Terra Brasilis discorreu sobre a “Constituição Federal 30 anos: Ulysses Guimarães e os índios”. O conteúdo relembrou o fim da ditadura civil-militar para chegar até a Seção VIII da Carta Magna – “Dos índios”.

A coluna Terra Brasilis, desde então, apresentou 3 séries: “Jacutinga: histórias de um indigenista” (33 episódios); “Indígenas na Rádio CPA FM 105,9 (4 episódios) e “A máquina de costura de minha mãe” (3 episódios) e “Maus fora da escola (2 episódios). Durante esses anos, alguns leitores postaram dezenas de comentários. Cito o de Ankita Tiwari, no espaço reservado logo após a crônica “A ONU e as mulheres indígenas”: “If you want to spend your time with a enjoyable, elegant, hot and Sexy companion, then I am the perfect choice for you.”

Nesses 9 anos, Terra Brasilis chega ao número 437 que a partir de 2016, cedeu espaço para inúmeros convidados. Cito-os aqui como um grande abraço: Anderson Rocha, Higor Hailan de Jesus Pereira, Marlos Vinícius Gama de Matos, Thays Oliveira, Joyce Thays dos Santos, Kallita dos Anjos Moraes, Jhulia Cleópatra Silva Rodrigues Galdino, Gisele Lima Silva, Hellena Regin da Silva Lima, Kelby Emanuel Gonçalves Costa Marques, Thailiny Gonçalves, Priscila Vitória Rocha dos Santos, Sara Correa de Almeida, Rosana Maria Rup Leite, Nicolly Caroline Corrêa da Silva, Silvania Nobre Lopes, Sandra Lima Leão, Suzete Auxiliadora Santana, Silvania Nobre Lopes, Rosana Lia Ravache, Marília Beatriz de Figueiredo Leite, Fernando Zelman, Anna Karolina, Rosana Campos, Carolina Fernandes Moreira da Costa Silva, Rosane Rup, José Angelo Nambiquara e Márcio Bororo. Em coautoria, escrevi com a saudosa Marilia Beatriz, “Limpos e encardidos”, e com Natalino Gomes de Souza Filho, meu primo, “Culto à ancestralidade: famílias Ibrahim-Kouri”. O jornal Circuito Mato Grosso foi responsável pelo encontro entre nós dois, primos distantes e desconhecidos: Natalino me encontrou por uma busca no Google que o levou a uma de minhas crônicas. E por intermédio de Leda Toledo, editora do jornal, chegou até a mim.

O jornal Circuito Mato Grosso me fez conhecer muitas pessoas com as quais mantenho contato e amizade. Tornei-me mais atenta aos temas que possam despertar aos leitores da Terra Brasilis, que também tem a função de dar dicas de livros, filmes, exposições, feiras, eventos acadêmicos, em sua maioria, sobre os povos indígenas. Do que está acontecendo na terrinha Cuiabá, e fora dela também.

Meu interesse por Terra Brasilis me faz lembrar do escritor, psicanalista e dramaturgo italiano Contardo Calligaris, ao responder a uma pergunta durante o programa Roda Viva, em 2017: “O que torna a vida interessante?” Calligaris responde: “A coisa que mais tornou minha vida interessante, paradoxalmente, é a coluna da Folha. Porque a regularidade de ter que escrever – agora são 20 anos [mais de 1.000 textos] – não é brincadeira, a cada semana, uma coluna daquele tamanho, isso te força a ter pelo menos alguma coisa na semana que vale a pena ser contada para os outros. Que seja uma leitura, um filme. Você vai ter que achar na tua vida, naquela semana, alguma coisa que vale a pena ser contada para os outros ou comentada para os outros. E isso melhora a intensidade com a qual você vive.”

Desde de 2012, Terra Brasilis vem escrevendo um interessante capítulo de minha vida. Estudos, pesquisas, encontros, reencontros, sentimentos. Todos nascidos dos mais variados assuntos abordados na coluna aniversariante que busca pensares que desenhem o bem viver para todos. Por que não?

 

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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