Revoam garças, brincam na planura
Do céu rosáceo deste fim de dia
No pantanal, que a vida, em si, recria
E tudo em seu contexto transfigura.
*
Revoam garças, canta a saracura,
Seu canto que, bem longe se irradia
Na tarde que desmaia em harmonia
Com esse tom sanguíneo, que a purpura.
*
Revoam garças sobre véus, vitrais
Das mansas praias, lagos e canais
Na tarde que agoniza com o sol.
*
Retornam aos ninhais, tudo se aquieta
Agita apenas a alma do poeta
Com a magia e encanto do arrebol.
Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas e da Academia Virtual de Poetas de Língua Portuguesa. Seus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais. É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.